domingo, 26 de agosto de 2012

Harry Potter .. E a Pedra Filosofal ( Cap XIV )


- CAPÍTULO CATORZE -
Norberto, o dragão norueguês
Quirrell, no entanto
deve ter sido muito mais
,
corajoso do que eles pensaram. Nas semanas seguintes
ele pareceu estar ficando mais pálido e mais magro,
mas não parecia ter cedido
Todas as vezes que os meninos passavam pelo
corredor do terceiro andar, Harry; Rony e Hermione
encostavam as orelhas na porta para verificar se Fofo
continuava a rosnar lá dentro. Snape levava a vida no
seu habitual mau humor, o que com certeza significava
que a Pedra continuava a salvo. Sempre que Harry
passava por Quirrell nesses últimos dias dava-lhe um
sorriso como a encorajá-lo, e Rony começara a
censurar as pessoas que riam da gagueira de Quirrell.
Hermione, no entanto, tinha mais no que pensar do
que na Pedra Filosofal Começara a programar suas
revisões e a marcar em cores suas anotações de aula
para classificá-las. Harry e Rony não teriam se
importado com isso, mas ela não parava de chateá-los
para fazerem o mesmo.
- Hermione, os exames estão a séculos de
distância.
- Dez semanas - retorquiu Hermione. - Não são
séculos, é como um segundo para Nicolau Flamel.
- Mas nós não temos seiscentos anos - lembrou-lhe
Rony. Em todo o caso, o que é que você está revisando
se já sabe tudo?
- Que é que estou revisando? Vocês ficaram

malucos? Vocês já perceberam que precisamos passar
nesses exames para chegar ao segundo ano? Eles são
muito importantes, eu deveria ter começado a estudar
há um mês, não seio que deu em mim...
Infelizmente, os professores pareciam estar
pensando da mesma maneira que Hermione. Passaram
tantos deveres de casa que as férias da Páscoa não
foram tão divertidas quanto as de Natal. Ficou difícil se
descontrair com Hermione ao lado, recitando os doze
usos do sangue de dragão ou praticando movimentos
com. a varinha. Aos gemidos e bocejos, Harry e Rony
passaram a maior parte do tempo livre com ela, na
biblioteca, tentando dar conta de todos os deveres
extras.
- Eu nunca vou me lembrar disso - desabafou Rony
uma tarde, largando a pena de escrever na mesa e
olhando desejoso pela janela da biblioteca. Era na
realidade o primeiro dia bonito que tinham em meses.
O céu estava claro, azul-miosótis e havia urna
expectativa de verão no ar.
Harry, que estava procurando o verbete "Ditamno"
no livro de
Cem
ervas
e fungos
mágicos; não levantou
os olhos até a hora em. que ouviu Rony exclamar:
- Rúbeo! Que é que você está fazendo na
biblioteca?
Hagrid veio arrastando os pés, escondendo alguma

coisa às costas. Parecia muito deslocado com o seu

casaco de pêlo de toupeira.
- Só olhando - disse numa voz insegura que
imediatamente despertou o interesse deles. - E o que é
que vocês estão armando?
- Ele pareceu repentinamente desconfiado. - Não
continuam. procurando o Nicolau Flamel, continuam?
Ah, já descobrimos quem ele é há séculos - disse
Rony para impressionar. - E você sabe o que é que
aquele cachorro está guardando, é a Pedra Filo...

- Chhhhi! - Hagrid olhou à sua volta depressa para.

ver se alguém estava escutando. - Não saiam gritando
isso por ai, que foi que deu em vocês?
- Más, tem umas coisinhas que queríamos
perguntar a você.
- disse Harry - sobre as outras coisas que estão
protegendo a Pedra além do Fofo...
- CHHHHHI! - fez Hagrid de novo. - Escutem,
venham me ver mais tarde, não estou prometendo que
vou lhes dizer nada, vejam bem, mas não saiam dando
com a língua nos dentes por ai, estudantes não devem
saber disso. Vão achar que fui eu que contei a vocês...
- Vemos você mais tarde, então - concordou
Harry.
Hagrid saiu arrastando os pés.
- Que é que ele estava escondendo às costas? -
perguntou Hermione pensativa.
- Acham que tinha alguma coisa a ver com a
Pedra?
- Vou ver em que seção ele estava - prontificou-se
Rony, que já estava farto de trabalhar. Voltou um
minuto depois com uma braçada de livros e largou-os
em cima da mesa.
-
Dragões:-
cochichou - Rúbeo estava procurando
coisas sobre dragões! Olhem só estes: Espécies de
dragões da Grã-Bretanha e da Irlanda;
Do ovo ao
inferno, guia do guardador de dragões.
- Rúbeo sempre quis um dragão, ele me disse isso
da primeira vez em que nos vimos - comentou Harry
- Mas é contra as nossas leis - argumentou Rony. -
Criar dragões foi proibido pela Convenção dos Bruxos
de 1709, todo o mundo sabe disso. E difícil evitar que
os trouxas reparem em nós se criarmos dragões no
quintal. Em todo o caso, não se pode domesticar
dragões, é perigoso. Vocês deviam ver as queimaduras
que Carlinhos recebeu de dragões selvagens na

Romênia.

- Mas não tem dragões selvagens na Grã-
Bretanha? - perguntou Harry.
- Claro que tem - respondeu Rony - Os dragões
verdes galeses e os negros das ilhas Hébridas. O
Ministério da Magia tem um bocado de trabalho para
mantê-los em segredo, posso lhe garantir. 0 nosso povo
vive enfeitiçando trouxas que os viram, para fazê-los
esquecer.
- Então o que será que Rúbeo anda armando? -
perguntou Hermione.
Quando eles bateram á porta da cabana do guardacaça
uma hora mais tarde, ficaram surpresos de ver que
todas as cortinas estavam fechadas. Hagrid perguntou
"Quem. é?" antes de deixá-los entrar e em seguida
fechou depressa a porta assim que eles entraram.
Estava um calor sufocante no interior da cabana. E
embora fosse um dia bem quente havia um fogaréu na
lareira. .Hagrid preparou chá para os meninos e lhes
ofereceu sanduíches de carne de arminho, que eles
recusaram.
- Então, vocês queriam me perguntar uma coisa?
- Queríamos - disse Harry. Não havia sentido em
perder tempo com rodeios. - Estivemos pensando se
você poderia nos dizer o que mais está protegendo a
Pedra Filosofal além de Fofo.
Hagrid amarrou a cara.
- Claro que não posso dizer. Primeiro, eu mesmo
não sei. Segundo, vocês já sabem demais, de modo que
eu não diria a vocês se soubesse. Aquela Pedra está
aqui por uma boa razão. Quase foi roubada de
Gringotes. Suponho que vocês já chegaram a essa
conclusão. Fico até espantado que saibam da existência
de Fofo.
- Ah, vamos, Rúbeo, talvez você não queira nos

dizei; mas você sabe tudo o que acontece por aqui -

disse Hermione num tom caloroso e lisonjeiro. A barba
de Hagrid mexeu e eles perceberam que estava
sorrindo. - Só estávamos querendo saber realmente
quem fez o feitiço de proteção - continuou Hermione. -
Estávamos querendo saber em quem Dumbledore teria
confiado o suficiente para ajudá-lo, além de você.
O peito de Rúbeo se estufou ao ouvir essas
palavras. Harry e Rony se abriram em sorrisos para
Hermione.

- Bom, acho que não poderia fazer mal contar

isso... vamos ver.. ele pediu Fofo emprestado a mim..,
depois alguns professores fizeram os feitiços... o Prof.
Sprout.. o Prol Flitwick... a Profa. Minerva... - ele foi
contando nos dedos - o Prof. Quirrell... e o próprio
Dumbledore também fez alguma coisa, é claro. Um
momento, esqueci alguém. Ah, sim, o Prof. Snape.
-
Snape?
-
vocês não continuam insistindo naquela idéia,
É,
ou continuam? Olhem, Snape ajudou
a proteger a
Pedra, não está prestes a roubá-la.
Harry sabia que Rony e Hermione estavam
pensando o mesmo que ele. Se Snape fora chamado
para proteger a Pedra, devia ter sido fácil descobrir
como os outros professores a tinham protegido. Ele
provavelmente sabia de tudo - exceto, ao que parecia, o
feitiço que Quirrell fizera e de que jeito passar por
Fofo.
- Você é o único que sabe como passar pelo Fofo,
não e,
Rúbeo? - Harry perguntou, ansioso. - E você não diria a
ninguém, não é? Nem mesmo a um dos professores?
- Ninguém sabe a não ser eu e Dumbledore - disse
Hagrid orgulhoso.
- Bom, isso já é alguma coisa - murmurou Harry

para os outros. - Rúbeo, podemos abrir uma janela?

Estou assando.
- Não pode, desculpe, Harry - disse Hagrid. Harry
notou que ele olhava para o fogo. Harry olhou também.
- Rúbeo, o que é
isso?
Mas ele já sabia o que era. Bem no meio do fogo,
debaixo da chaleira, havia um enorme ovo negro.
- Ah - respondeu Hagrid, mexendo, nervoso, na
barba. - É... ah...
- Onde foi que você arranjou isso, Rúbeo? -
perguntou Rony; abaixando-se para o fogo para olhar o
ovo mais de perto. - Isso deve ter-lhe custado uma
fortuna.
- Ganhei. A noite passada. Eu estava na vila
tomando uns tragos e entrei num joguinho de cartas
com um estranho. Acho que ele ficou bem contente de
se livrar do ovo, para ser sincero.
- Mas o que é que você vai fazer com ele, quando
chocar? - perguntou Hermione.
- Bom, andei lendo um pouco - disse Hagrid,
tirando um grande livro de baixo do travesseiro. -

Apanhei este na biblioteca:

A criação de dragões como prazer e
fonte de renda. É
meio desatualizado, é
claro, mas está tudo aqui. Mantenha o ovo
no fogo porque as mães sopram fogo em
cima deles, sabe, e quando chocar, dê-lhe um
balde de conhaque misturado com sangue de
galinha a cada meia hora. E vejam aqui:
como reconhecer os diferentes ovos, e este
aqui é um dragão norueguês. São raros esses,
Ele parecia muito satisfeito consigo mesmo, mas
Hermione não.
- Rúbeo, você mora numa cabana de madeira -
lembrou-lhe.
Mas Hagrid nem escutou. Estava cantarolando
alegremente enquanto atiçava o fogo.

Então agora tinha mais uma coisa com que se preocupar, o que poderia acontecer a Hagrid se alguem descobrisse que estava escondendo um dragão ilegal em sua cabana.

- Como será ter uma vida tranqüila - suspirou
Rony, pois noite após noite eles lutavam. para dar
conta de todos aqueles deveres de casa suplementares
que estavam recebendo. Hermione agora começava a
programar as revisões de Harry e Rony também. Estava
deixando os dois malucos.
Então, certo dia ao café da manhã, Edwiges trouxe
outro bilhete de Hagrid para Harry. Ele escrevera
apenas duas palavras.
Está furando.
Rony queria faltar à Herbologia e ir direto à
cabana. Hermione nem quis ouvir falar nisso.
- Hermione, quantas vezes na vida vamos ver um

dragão saindo do ovo?

- Temos aulas, vamos nos meter em confusão, e
isso não vai ser nada comparado à situação de Rúbeo
quando descobrirem o que ele anda fazendo.
- Cala. a boca! - cochichou Harry.
Malfoy estava a apenas alguns passos e parou
instantaneamente para ouvir. Quanto teria ouvido?
Harry não gostou nem um pouco da expressão que viu
na cara de Malfoy;
Rony e Hermione discutiram todo o tempo a
caminho da aula de Herbologia e, no final, Hermione
concordou em dar uma corrida à casa de Hagrid com os
dois no intervalo da manhã. Quando a sineta tocou no
castelo anunciando o fim da aula, os três largaram as
colheres de jardineiro e atravessaram a propriedade
correndo em direção à orla da floresta. Hagrid
cumprimentou-os parecendo vermelho e excitado.

- Está quase furando. - Conduziu-os para dentro.

O ovo estava em cima da mesa. Tinha fundas
rachaduras. Alguma coisa se mexia dentro dele; fazia
um barulhinho engraçado.
Todos puxaram as cadeiras para junto da mesa e
observaram com a respiração presa.
De repente ouviram um som arranhado e o ovo se
abriu. O dragão-bebê caiu molemente em cima da
mesa. Não era exatamente bonito; Harry achou que
parecia um guarda-chuva preto amassado. As asas
espinhosas eram enormes em contraste como corpo
preto e magro, tinha um focinho longo com narinas
largas, tocos de chifres e olhos esbugalhados cor de
laranja.
Espirrou. Voaram fagulhas do seu focinho.
- Ele não é
lindo?
- murmurou Hagrid. Esticou a
mão para afagar a cabeça do dragão. O bicho tentou
morder seus dedos, deixando à mostra presas
pontiagudas.
- Deus o abençoe, olhem, ele conhece a mamãe! -
exclamou Hagrid.

- Rúbeo - perguntou Hermione -, exatamente com

que rapidez um dragão norueguês cresce?
Hagrid ia responder quando a cor subitamente
desapareceu do seu rosto - ele deu um salto e correu à
janela.
- Que foi?
- Alguém estava espiando pela fresta nas cortinas,
um garoto esta correndo de volta para a escola.
Harry se precipitou para a porta e espiou para fora.
Mesmo a distância não havia como se enganar.

Malfoy vira o dragão. Alguma coisa no sorriso que rondou a cara de Malfoy durantes as semanas seguintes, deixou Harry, Rony, e Hermione muito nervosos, passaram maior parte do tempo livre na cabana sombria de Hagrid tentando argumentar com ele 

.
- Deixe o dragão ir embora - insistia Harry - Sofre
ele.
- Não posso - disse Hagrid. - Ele é muito pequeno.
Morreria. Eles olharam para o dragão. Aumentara três
vezes de comprimento em uma semana. A fumaça não
parava de sair de suas narinas. Hagrid não estava
cumprindo suas tarefas de guarda-caça porque o dragão
o mantinha muito ocupado. Havia garrafas vazias de
conhaque e penas de galinha por todo o chão.
- Decidi chamá-lo de Norberto - anunciou Hagrid,
olhando para o dragão com olhos sonhadores. - Ele
realmente sabe quem eu sou, olhem. Norberto!
Norberto! Onde está a mamãe?
- Ele pirou - cochichou Rony na orelha de Harry.
- Rúbeo - disse Harry em voz alta -, dê mais quinze
dias e Norberto vai ficar do tamanho de sua casa.
Malfoy pode procurar Dumbledore a qualquer
momento.
Hagrid mordeu o lábio.
- Eu... eu sei que não vou poder ficar com ele para
sempre, mas também não posso largá-lo assim, não
posso
.
Harry de repente virou-se para Rony.
- Carlinhos - falou.
Você também - respondeu Rony. - Eu sou Rony,
esta lembrado?
- Não, Carlinhos... seu irmão, Carlinhos. Na
Romênia. Estudando dragões. Poderíamos mandar
Norberto para ele. Carlinhos pode cuidar dele e depois
devolvê-lo à floresta!
- Brilhante! - exclamou Rony. - Que é que você
acha, Rúbeo? E no fim, Hagrid concordou que podiam
mandar uma coruja
a Carlinhos para consultá-lo.
A. semana seguinte se arrastou. A noite de quartafeira
encontrou Hermione e Harry sentados sozinhos na
sala comunal, muito depois de todos terem ido se
deitar. O relógio na parede acabara de bater meia-noite
quando o buraco do retrato se abriu de repente. Rony se
materializou ao tirar a capa da invisibilidade de Harry.
Estivera na cabana de Hagrid, ajudando a alimentar
Norberto, agora comendo caixotes de ratos mortos.
- Ele me mordeu! - disse ele mostrando a mão, que
trazia enrolada em um lenço ensangüentado. - Não vou
conseguir segurar a pena de escrever durante uma
semana. Vou lhe contar, aquele dragão é o bicho mais

horrível que conheci, mas quem ouve Rúbeo falar
pensa que ele é um coelhinho fofo. Quando o dragão
me mordeu, ele ralhou comigo por tê-lo assustado. E
quando sai, estava cantando uma canção de ninar
Ouviu-se uma batida na janela escura.
- É a Edwiges! - disse Harry, correndo para deixála
entrar - Deve estar trazendo a resposta de Carlinhos!
Os três juntaram as cabeças para ler o bilhete.
Caro Rony
Como vai? Obrigado pela carta - terei prazer em
cu idar do dragão noru eguês, mas não será fácil mandá-lo para
mim. Acho

que o melhor será mandado por alguns amigos que

estão vindo me visitar na próxima semana. O problema
é que eles não podem ser vistos carregando um dragão
ilegal.
Você poderia levar o dragão para a torre mais
alta à meia-noite de sábado? Eles podem se encontrar
com você lá e levá-lo enquanto ainda está escuro.
Mande-me uma resposta o mais breve possível
Afetuosamente,
Carlinhos
Eles se entreolharam.
Temos a capa da invisibilidade - disse Harry Não
deve ser muito difícil: acho que a capa é bastante
grande para cobrir dois de nós e o Norberto.
O fato de os outros dois concordarem indicava
como a semana fora ruim, Qualquer coisa para se
livrarem de Norberto e de Malfoy.
Mas houve um imprevisto. Na manhã seguinte, a
mordida do dragão fizera a mão de Rony inchar,
ficando duas vezes o seu tamanho normal. Ele não

sabia se era seguro procurar Madame Pomfrey será

que ela reconheceria uma mordida de dragão? A tarde,
porém, não houve mais jeito. O corte adquirira uma
feia cor verde. Dava a impressão de que as presas de
Norberto eram venenosas.
Harry e Hermione correram para a ala do hospital
no fim do dia e encontraram Rony acamado numa
situação horrível.
- Não é só a minha mão - cochichou ele -,embora
ela pareça que vai cair. Malfoy disse à Madame
Pomfrey que queria pedir emprestado um livro meu,
para poder vir dar uma boa gargalhada. Ficou
ameaçando contar a ela o que realmente me mordera.
Eu disse que foi um cachorro mas acho que ela não está
acreditando. Eu não devia ter batido nele no jogo de
quadribol, é por isso que ele está agindo assim.
Harry e Hermione tentaram acalmar Rony.
- Tudo vai terminar à meia-noite de sábado - disse
Hermione, mas isso não acalmou Rony nem um
pouquinho. Pelo contrário, ele se sentou muito
empertigado e desatou a sua
r.
- Meia-noite de sábado! - disse com a voz rouca -
Ah, não... ah, não... acabei de me lembrar; a carta de
Carlinhos estava no livro que Malfoy levou, ele vai
saber que vamos nos livrar de Norberto.
Harry e Hermione não tiveram nem chance de

responder Madame Pomfrey apareceu naquele instante

e fez os dois saírem, dizendo que Rony precisava
dormir
- Agora é tarde demais para mudarmos de plano.
Não temos mais tempo para mandar outra coruja a
Carlinhos e essa pode ser a nossa única oportunidade
de nos livrarmos de Norberto. Teremos de arriscar. E
temos a capa da invisibilidade, Malfoy não sabe disso.

Eles encontraram Canino, o cão de caçar javalis,

sentado do lado de fora da cabana com a cauda
enfaixada, quando foram contar a Hagrid, que abriu a
janela para falar com eles.
- Não vou deixar vocês entrarem - ofegou. -
Norberto está passando uma fase difícil, nada que eu
não possa cuidar sozinho.
Quando lhe contaram sobre a carta de Carlinhos,
seus olhos se encheram de lágrimas, embora isso talvez
fosse porque Norberto acabara de mordê-lo na perna.
- Aai! Tudo bem, ele só mordeu minha bota. Está
brincando; afinal é um bebezinho.
O bebê bateu com o rabo na parede, fazendo as
janelas estremecerem. Harry e Hermione voltaram para
o castelo achando que o sábado talvez não chegasse
bastante rápido.
Eles teriam sentido pena de Hagrid quando chegou
a hora de dizer adeus a Norberto, se não estivessem tão
preocupados com o que tinham de fazer. Era uma noite
muito escura e anuviada e se atrasaram um pouco para
chegar à cabana de Hagrid porque precisaram esperar
Pirraça desimpedir o caminho para o saguão de
Entrada, onde estivera jogando tênis contra a parede.
Hagrid aprontara Norberto embalando-o num
grande caixote
- Pus muitos ratos e um pouco de conhaque para a
viagem - disse Hagrid com a voz abafada. - E embalei
junto o ursinho de pelúcia para o caso de ele se sentir
solitário.
De dentro do caixote vinha um ruído de pano
rasgado que pareceu a Harry ser o dragão arrancando a
cabeça do ursinho.
- Até a vista, Norberto! - soluçou Hagrid, quando
Harry e Hermione cobriram o caixote com a capa da
invisibilidade e entraram debaixo dela. - Mamãe nunca

vai esquecer você!

Como foi que conseguiu levar o caixote de volta

ao castelo, eles nunca souberam. Aproximava-se a

meia-noite e eles subiram com Norberto pela escadaria
do saguão de entrada e pelos corredores escuros. Mais
uma escada, mais outra - nem mesmo um dos atalhos
de Harry facilitou muito o transporte.
- Estamos quase lã! - Harry ofegou quando
chegaram ao corredor sob a torre mais alta.
Então um movimento brusco à frente deles quase
fez com que deixassem cair o caixote. Esquecendo que
já estavam invisíveis, encolheram-se nas sombras,
espiando os contornos escuros de duas pessoas que se
debatiam a uns três metros. Uma lâmpada se acendeu.
A Profa. Minerva, num robe de lã escocesa e rede
no cabelo, segurava Malfoy pela orelha.
- Está detido - gritou. - E são vinte pontos a menos
para Sonserina. Perambulando no meio da noite, como
você
se atreve...
- A senhora não compreende, professora, Harry
Potter está vindo aí; vem trazendo um dragão.
- Que absurdo! Como você se atreve a contar tais
mentiras! Vamos: vou conversar com o Prof. Snape
sobre você, Malfoy!
A íngreme escada em espiral até o alto da torre
pareceu a coisa mais fácil do mundo depois disto.
Somente quando saíram para o ar frio da noite foi que
se livraram da capa da invisibilidade, felizes de
poderem respirar direito outra vez. Hermione dançou
urna espécie de jiga escocesa.
- Malfoy vai ficar detido! Eu seria capaz de cantar.
- Não cante - aconselhou Harry.
Rindo de Malfoy, eles esperaram, enquanto
Norberto se debatia dentro do caixote. Passados uns
dez minutos, quatro vassouras surgiram da escuridão

mergulhando em direção à torre.

Os amigos de Carlinhos formavam um grupo
animado. Mostraram a Harry e a Hermione os arreios
que tinham trazido de modo a poder suspender
Norberto entre eles. Todos ajudaram a prender
Norberto muito bem nos arreios e então Harry e
Hermione apertaram as mãos de todos e lhes
agradeceram muito.
Finamente Norberto estava indo... indo... e
finalmente se foi. Eles desceram a escada espiral sem
fazer barulho, os corações leves como as mãos, agora
que Norberto fora tirado delas. Nada de dragão -
Malfoy detido - o que poderia estragar essa felicidade?
A resposta à sua pergunta estava esperando ao pé
da escada. Quando chegaram ao corredor, a cara de
Filch assombrou-os, emergindo da escuridão.
- Ora, ora, ora - sussurrou -, estamos encrencados.
Tinham deixado a capa da invisibilidade no alto da

torre.

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