segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Harry Potter .. E a Pedra Filosofal ( Cap XIII )


- CAPÍTULO TREZE -
Nicolau Flamel
Dumbledore convencera Harry a não tornar a procurar
o Espelho de Ojesed, e durante o resto das férias de
Natal a capa da invisibilidade permaneceu guardada no
fundo do baú. Harry gostaria de poder esquecer o que
vira no espelho com a mesma facilidade, mas não
conseguiu. Começou a ter pesadelos. Sonhava
repetidamente com os pais desaparecendo em um
relâmpago de luz verde enquanto urna voz esganiçada
gargalhava.
- Está vendo? Dumbledore tinha razão, aquele espelho
podia deixar você maluco - disse Rony, quando Harry
lhe contou os sonhos.
Hermione, que voltou um dia antes do período letivo
começar, viu as coisas de outro modo. Estava
dilacerada entre o horror de pensar em Harry fora da
cama, perambulando pela escola três noites seguidas
("
E se Filch tivesse te apanhado!") e o desapontamento
que ele não tivesse ao menos descoberto quem era
Nicolau Flamel
Quase perdera as esperanças de encontrar Flamel
em um livro da biblioteca, embora Harry tivesse
certeza de que lera o nome em algum lugar. Quando o
novo período letivo começou, eles voltaram a folhear
os livros durante os dez minutos de intervalo entre as
aulas. Harry tinha ainda menos tempo do que os outros
dois, porque o treino de quadribol recomeçara.
Olívio estava puxando pelo time como nunca

fizera antes. Até mesmo as chuvas intermináveis que
substituíram as nevadas não conseguiam esmorecer a
sua animação. Os Weasley reclamavam que Olívio
estava se tornando fanático, mas Harry o apoiava Se
ganhassem a próxima partida, contra Lufa-Lufa,
passaram a frente da Sonserina no campeonato das
casas pela primeira vez em sete anos. Além do desejo
de ganhar, Harry descobriu que ti menos pesadelos
quando voltava exausto dos treinos.
Então, durante um treino particularmente chuvoso e
enlameado, Olívio deu urna notícia ruim ao time.
Acabara de se enfurecer com os Weasley; que davam
mergulhos violentos um sobre o outro e fingiam cair
das vassouras.
Vocês querem parar de se comportar feito
bobos! - berrou.
- Isso é o tipo de atitude que vai fazer a gente perder o
jogo! Snape vai apitar dessa vez e vai procurar
qualquer desculpa para tirar pontos da Grifinória!
Jorge Weasley realmente caiu da vassoura ao ouvir
isso,
- Snape vai apitar o jogo? - perguntou embolando as
palavras com a boca cheia de lama. - Quando foi na
vida que ele apitou um jogo de quadribol? Ele não vai
ser imparcial se tivermos chance de passar à frente de
Sonserina.
O resto do time pousou ao lado de Jorge para reclamar
também.
- A culpa não é minha - disse Olívio. - Nós é que
vamos ter de nos cuidar e jogar urna partida limpa, para
não dar a Snape desculpa para implicar conosco.
Estava tudo muito bem, pensou Harry, mas ele tinha
outra razão para não querer Snape por perto quando
estivesse jogando quadribol.
Os outros jogadores se demoraram conversando no
final do treino como sempre faziam, mas Harry rumou
direto para a sala comunal de Grifinória, onde
encontrou Rony e Hermione jogando xadrez. Xadrez
era a única coisa em que Hermione perdia, uma
experiência que Rony e Harry achavam que lhe fazia
muito bem.
- Não fale comigo agora - pediu Rony quando Harry se
sentou ao seu lado. - Preciso me concentrar. -Aí viu a
cara de Harry.
- Que aconteceu com você? Está com uma cara
horrível.
Falando baixinho para ninguém mais ouvir, Harry
contou aos dois o desejo sinistro e súbito de Snape de
ser juiz de quadribol.
- Não jogue - disse Hermione na mesma hora.
-. Diga que está doente - aconselhou Rony.
- Finja que quebrou a perna - sugeriu Hermione.
-
Quebre
a perna de verdade - insistiu Rony;
- Não posso - respondeu Harry - Não temos apanhador de
reserva. Se eu fujo, Grifinória não vai poder jogar.
Naquele momento, Neville entrou aos tombos na sala
comunal. Como conseguira passar pelo buraco do
retrato ninguém sabia, porque tinha as pernas grudadas
pelo que eles imediatamente reconheceram ser o
Feitiço da Perna Presa. Devia ter precisado andar aos
pulos como um coelho até a torre de Grifinória.
Todo o mundo caiu na gargalhada menos Hermione, que
ficou em pé de um salto e fez o contra-feitiço. As
pernas de Neville se separaram e ele se endireitou,
tremendo.
- Que aconteceu? - perguntou Hermione, levando-o para se
sentar com Harry e Rony
- Malfoy- disse Neville com a voz trêmula. - Encontrei-o na
saída da biblioteca. Ele disse que estava procurando
alguém em quem praticar o feitiço.
- Vá procurar a Profa. Minerva! - insistiu Hermione. - Dê
parte dele!
Neville sacudiu a cabeça.
- Não quero mais confusão - murmurou.
- Você tem de enfrentá-lo, Neville! - disse Rony. - Ele está
acostumado a pisar nas pessoas, mas não há razão pata
você se deitar aos pés dele para facilitar.
- Não precisa me dizer que não sou bastante corajoso para
pertencer à Grifinória. Drago já fez isso - disse Neville
engasgado.
Harry apalpou o bolso de suas vestes e tirou um sapo de
chocolate, o ultimo da caixa que Hermione lhe dera no
Natal. Deu-o a Neville, que estava com cara de quem ia
chorar.
- Você vale doze Dragos - disse Harry. - O Chapéu da
Seleção escolheu você para Grifinória, não foi? E onde
está Drago? Naquela Sonserina nojenta.
A boca de Neville se contraiu num sorrisinho enquanto
desembrulhava o sapo.
- Obrigado, Harry. Acho que vou para a cama...
Você quer o cartão, você coleciona, não é?
Quando Neville se afastou, Harry olhou para o cartão
de Bruxo Famoso.
- Dumbledore outra vez. Ele foi o primeiro que...
E soltou uma exclamação Olhou para o verso do cartão.
Em seguida olhou para Rony e Hermione.
-
Encontrei!-
murmurou- Encontrei Flamel! Eu disse a
vocês que tinha lido o nome dele em algum lugar. Li-o
no trem a caminho daqui. Escutem só isso:
O Prof.
Dumbledore é particularmente famoso por ter
derrotado Grindelwald, o bruxo das Trevas, em 1945,
e ter descoberto os doze usos do sangue de dragão, e
por desenvolver um trabalho de alquimia em parceria
com Nicolau Flamel.
Hermione ficou em pé de um salto. Não parecia tão
animada desde que eles tinham recebido as notas do
primeiro dever de casa.
- Não saiam daqui! - disse e saiu escada acima em
direção aos dormitórios das meninas. Harry e Rony mal
tiveram tempo de trocar um olhar intrigado e ela já
estava correndo de volta, com um enorme livro velho
nos braços.
- Nunca pensei em olhar aqui - falou excitada. - Tirei-o
da biblioteca há semanas para me distrair um pouco.
- Distrair? - admirou-se Rony, mas Hermione mandouo
ficar quieto, enquanto procurava alguma coisa e
começou a folhear as páginas do livro, ansiosa,
resmungando para si mesma.
Finalmente encontrou o que procurava.
- Eu sabia! Eu
sabia!
- Já podemos falar? - perguntou Rony de mau humor.
Hermione não lhe deu resposta.
- Nicolau Flamel - sussurrou ela teatralmente - é, ao
que
se sabe, a única pessoa que produziu a Pedra
Filosofal.
A frase não teve bem o efeito que ela esperava.
- Ao quê? - exclamaram Harry e Rony.
- Ah, francamente, vocês dois não lêem? Olhem, leiam
isso aqui.
Ela empurrou o livro para os dois, que leram:
O antigo estudo da alquimia preocupava-se com a
produção Pedra Filosofal uma substancia lendária
com poderes ;fantásticos. A pedra pode
transformar qualquer metal em ouro puro. Produz
também o Elixir da vida, que torna quem o bebe
imortal
.
Falou-se muito da Pedra Filosofal durante
séculos; mas a única Pedra que existe
presentemente pertence ao .Nicolau Flamel o
famoso alquimista e amante da opera. O Sr.
Flamel que comemorou o seu sexcentésimo
sexagésimo quinto aniversário no ano passado,
leva uma vida tranqüila em Devon, com sua
mulher, Perenelle (seiscentos e cinqüenta e oito
anos).
- Viram? - disse Hermione, quando Harry e Rony
terminaram. - O cachorro deve estar guardando a Pedra
Filosofal de Flamel! Aposto que ele pediu a
Dumbledore que a guardasse em segurança, porque são
amigos e ele sabia que alguém andava atrás dela, esse é
o motivo por que Dumbledore quis transferir a pedra de
Gringotes.
- Uma pedra que produz ouro e não deixa a gente
morrer! - exclamou Harry. - Não admira que Snape
ande atrás dela! Qualquer um andaria.
- E não admira que não conseguíssemos encontrar
Flamel
em
Estudos aos avanços recentes em
magia
- disse Rony - Ele não é bem
recente, se já fez seiscentos e sessenta e
cinco anos, não é mesmo?
Na manhã seguinte, na sala de Defesa Contra a
Magia Negra, enquanto copiavam as diferentes
maneiras de tratar mordidas de lobisomem, Harry e
Rony continuavam a discutir o que fariam com urna
Pedra Filosofal se tivessem urna. Somente quando
Rony disse que compraria o próprio time de quadribol
foi que Harry se lembrou de Snape e da partida que se
aproximava.
- Eu vou jogar - disse a Rony e Hermione. - Se não
fizer isso, o pessoal de Sonserina vai pensar que tenho
medo de encarar Snape. Vou mostrar a eles... vamos
tirar aquele sorriso da cara deles se vencermos.
- Desde que a gente não acabe tirando você da
quadra - disse Hermione
Á medida que a partida se aproximava, porém, Harry
foi ficando cada vez mais nervoso, mesmo que negasse
isso para Rony e Hermione. O resto do time também
não estava tão calmo assim. A idéia de passar à frente
de Sonserina no campeonato das casas era maravilhosa,
ninguém fazia isso havia quase sete anos, mas será que
conseguiriam, com um juiz tão parcial?
Harry não sabia se estava ou não imaginando, mas
parecia estar sempre encontrando Snape por todo lugar
em que ia. As vezes, ele até se perguntava se Snape não
o estava seguindo, tentando apanhá-lo sozinho. As
aulas de Poções estavam se transformando numa
espécie de tortura semanal. De tão ruim que Snape era
com Harry. Seria possível que Snape tivesse descoberto
que os meninos haviam lido sobre a Pedra Filosofal?
Harry não imaginava como; no entanto, por vezes unha
a horrível sensação de que Snape podia ler
pensamentos.
Harry sabia que, quando lhe desejassem boa sorte à
porta do vestiário na tarde seguinte, Rony e Hermione
estariam se perguntando se o veriam vivo outra vez.
Isto não era o que se poderia chamar de consolo. Harry
mal ouviu uma palavra da conversa de Olívio para
animar os jogadores enquanto vestia o uniforme de
quadribol e apanhava sua Nimbus 2000.
Entrementes, Rony e Hermione tinham encontrado um
lugar nas arquibancadas junto a Neville, que não
conseguia entender por que eles estavam tão sérios e
tampouco por que haviam trazido as varinhas para o
jogo. Mal sabia Harry que Rony e Hermione tinham
andado praticando secretamente o Feitiço das Pernas
Presas. Tinham tido essa idéia ao verem Drago usá-lo
contra Neville e estavam preparados para usá-lo contra
Snape se ele desse o menor sinal de querer machucar
Harry.
- Agora não esqueça, é
Locomotor Mortis
- cochichou
Hermione enquanto Rony escondia a varinha na
manga.
- Eu
sei-
Rony respondeu com maus modos. - Não
chateia.
Mas no vestiário, Olívio puxara Harry para um lado.
- Não quero pressioná-lo, Potter, mas se há um dia em
que
precisamos agarrar o pomo logo de saída é hoje. Termine
o jogo antes que Snape possa favorecer Lufa-lufa
demais.
- A escola inteira está lá fora! - disse Fred Weasley ,
espiando para fora da porta. - Até mesmo, putz,
Dumbledore veio assistir!
O coração de Harry deu um salto.
edore?
- disse, correndo até a porta para se certificar Fred tinha
razão. Não havia como confundir aquela barba
prateada.
Harry poderia ter dado uma grande gargalhada de alívio.
Estava seguro. Simplesmente não havia jeito de Snape
ousar machucá-lo se Dumbledore estivesse assistindo.
Talvez fosse por isso que Snape estava com a cara tão
zangada na hora em que os times entraram em campo,
uma coisa em que Rony também reparou.
- Nunca vi Snape com uma cara tão feia - disse a
Hermione.
- Olhe, começou. Ai!
Alguém cutucara Rony na cabeça. Era Drago.
- Ah, desculpe, Weasley; não vi você ai.
Drago deu um largo sorriso para Crabbe e Goyle.
- Quanto tempo será que Potter vai se agüentar na
vassoura desta vez? Alguém quer apostar? E você,
Weasley.
Rony não respondeu; Snape acabara de achar uma
penalidade na Grifinória porque Jorge Weasley
mandara um balaço nele. Hermione, que mantinha
todos os dedos cruzados no colo, apertava os olhos
fixos em Harry, que circulava sobre os jogadores como
um falcão, à procura do pomo.
- Sabe como eu acho que eles escolhem jogadores para o
time da Grifinória? - disse Drago bem alto alguns
minutos depois, quando Snape aplicou nova penalidade
em Grifinória sem a menor razão. - Escolhem as
pessoas que dão pena. Vê só, o Potter, que não tem
pais, depois os Weasley; que não tem dinheiro. Você
também devia estar no time, Longbortom., você não
tem miolos.
Neville ficou minto vermelho, mas se virou para
encarar Drago.
- Eu valho doze Dragos, Malfoy - gaguejou ele.
Drago, Crabbe e Goyle rolaram de rir, mas Rony,
que continuava sem coragem de despregar os olhos do
jogo, disse:
- Isso mesmo, responda a ele, Neville.
- Longbottom, se miolos fossem ouro, você seria mais
pobre do que Weasley e isso já é muita coisa.
Os nervos de Rony já estavam esticados ao máximo de
tanta preocupação como Harry
- Estou lhe avisando, Drago... mais uma palavra...
- Rony! - disse Hermione de repente. - Harry!
- Quê? Onde?
Harry inesperadamente dera um mergulho espetacular,
que provocou exclamações e vivas da torcida.
Hermione se levantou, os dedos cruzados na boca,
enquanto Harry voava para o chão como uma bala.
- Você está com sorte, Weasley, Potter com
certeza localizou dinheiro no chão! - disse Drago.
Rony reagiu. Antes que Drago soubesse o que
estava acontecendo, Rony partiu para cima dele e o
derrubou no chão. Neville hesitou, depois pulou o
encosto da cadeira para ajudar.
- Vamos, Harry! - Hermione gritou, pulando em
cima da cadeira para observar Harry se precipitar na
direção de Snape, ela nem sequer reparou que Drago e
Rony estavam embolados em baixo de sua cadeira,
nem nos pés arrastados e gritos que saiam do
redemoinho de socos que era Neville, Crabbe e Goyle.
No alto, Snape virou na vassoura bem em tempo
de ver uma coisa vermelha passar veloz por ele,
deixando de atingi-lo por centímetros - e no segundo
seguinte, Harry saia do mergulho, o braço erguido em
triunfo, o pomo seguro na mão.
As arquibancadas explodiram; tinha que ser um
recorde, ninguém era capaz de lembrar do pomo ter
sido agarrado tão depressa.
- Rony! Rony! Cadê você? A partida terminou!
Harry ganhou! Nós ganhamos! Grifinória está na
frente! - gritava Hermione, dançando da cadeira para o
chão e dali para a cadeira e se abraçando com Parvati
na fileira da frente.
Harry saltou da vassoura antes de chegar ao solo. Não
conse-
guia acreditar. Agarrara - o jogo terminou, nem
chegara a durar cinco minutos. Quando Grifinória
invadiu o campo, ele viu Snape pousar ali perto, a cara
branca e os lábios contraídos - depois Harry sentiu uma
mão no seu ombro, ergueu a cabeça e deparou como
rosto sorridente de Dumbledore.
- Muito bem - disse Dumbledore baixinho, de modo que
somente Harry pudesse ouvir. - Que bom ver que você
não ficou pensando naquele espelho... manteve-se
ocupado... excelente...
Snape cuspiu com amargura no chão.
Harry deixou o vestiário sozinho algum tempo depois, para
levar sua Nimbus 2000 de volta à garagem. Não se
lembrava de ter se sentido mais feliz. Realmente fizera
agora urna coisa de que poderia se orgulhar - ninguém
poderia mais dizer que ele era apenas um nome
famoso. O ar da noite nunca lhe parecera mais gostoso.
Caminhou pela grama úmida, revivendo mentalmente a
última hora, que era um borrão de felicidade: Grifinória
correndo para erguê-lo nos ombros; Rony e Hermione a
distancia, pulando de alegria, Rony dando vivas como
nariz escorrendo sangue.
Harry chegara à garagem. Recostou-se na porta de
madeira e contemplou Hogwarts, com suas janelas
avermelhadas pelo sol poente. Grifinória na liderança.
Ele conseguira, mostrara a Snape...
E por falar em Snape...
Uma figura encapuzada descia rapidamente os
degraus de entrada do castelo. Sem dúvida não queria
ser vista, andava o mais depressa que podia em direção
à floresta proibida. A vitória de Harry se apagou de sua
mente enquanto o observava. Reconheceu o andar
predador da figura. Snape, escapulindo até a floresta
enquanto todos jantavam - que estava acontecendo?
Harry tornou a montar a Nimbus 2000 e levantou
vôo. Planando silenciosamente sobre o castelo, viu
Snape entrar na floresta correndo. Seguiu-o.
As árvores eram tão juntas que ele não conseguia
ver aonde fora Snape. Voou em círculos cada vez mais
baixos, roçando a
copa das árvores até que ouviu vozes. Planou em
direção a elas e pousou, sem ruído, em uma
alta bétula.
Subiu com cuidado em um dos ramos, segurando-se
firme na vassoura, tentando espiar por entre as folhas.
Embaixo, na clareira sombria, estava Snape, mas não
estava sozinho. Quirrell estava com ele. Harry não
conseguiu distinguir a expressão no seu rosto, mas a
gagueira estava pior que nunca. Harry apurou o ouvido
para entender o que conversavam.
- ...não sei porque você quis se encontrar logo
aqui, Severo...
- Ah, quis manter o encontro sigiloso - disse
Snape, a voz gélida. - Afinal os alunos não devem
saber sobre a Pedra Filosofal.
Harry se curvou para a frente. Quirrell balbuciou
alguma coisa. Snape interrompeu-o.
- Você já descobriu como
passar por aquela fera do Hagrid?
- M-m-mas, Severo, eu...
- Você não quer que eu seja seu inimigo, Quirrell -
ameaçou Snape, dando um passo em direção a ele.
- N-n-não seio que você...
- Você sabe perfeitamente o que quero dizer.
Uma coruja piou alto e Harry quase caiu da árvore.
Firmou-se em tempo de ouvir Snape dizer:
- ... as suas mágicas de araque. Estou esperando.
- M-mas eu n-n-nao...
- Muito bem - interrompeu-o Snape. - Vamos ter
outra conversinha em breve, quando você tiver tido
tempo de pensar nas coisas e decidir com quem está a
sua lealdade.
E jogando a capa por cima da cabeça saiu da
clareira. Estava quase escuro agora, mas Harry pôde
discernir Quirrell, parado muito quieto como se
estivesse petrificado.
- Harry, onde é que você
esteve?
- perguntou
Hermione com a voz esganiçada.
- Vencemos! Você venceu! Nós vencemos! - gritou
Rony, dando palmadas nas costas de Harry - E deixei o
olho de Drago
roxo e Neville tentou enfrentar Crabbe e Goyle sozinho!
Ainda está desacordado mas Madame Pomfrey diz que
ele vai ficar bom. Isso é que é mostrar a Sonserina!
Todos estão esperando você na sala comunal, estamos
dando urna festa, Fred e Jorge roubaram uns bolos e
outras coisinhas nas cozinhas
- Deixem isso para lá agora - disse Harry, sem fôlego. -
Vamos procurar uma sala vazia, esperem ate ouvirem
isso...
Ele verificou se Pirraça não estava na sala antes de
fechar a porta, depois contou aos amigos o que vira e
ouvira.
- Então tínhamos razão, é a Pedra Filosofal e Snape
está tentando obrigar Quirrell a ajudá-lo a roubar. Ele
perguntou se o outro sabia como passar por Fofo, e
falou alguma coisa sobre as magiquinhas de Quirrell.
Imagino que haja outras coisas protegendo a pedra
além de Fofo, uma porção de feitiços, provavelmente, e
Quirrell deve ter feito algum contra-feitiço de que
Snape precisa para entrar...
- Você quer dizer que a Pedra só está segura enquanto
Quirrell resistir a Snape? - perguntou Hermione
alarmada.
- Terça-feira ela terá desaparecido - disse Rony.

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