CAPÍTULO DOZE -
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O
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Espelho de Ojesed
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O Natal se aproximava. Certa manhã em meados de
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dezembro, Hogwarts acordou coberta com mais de um
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metro de neve. O lago congelou e os gêmeos Weasley
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receberam castigo por terem enfeitiçado várias bolas
de
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neve fazendo-as seguir Quirrell aonde ele ia e
quicarem
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na parte de trás do seu turbante. As poucas corujas
que
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conseguiam se orientar no céu tempestuoso para
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entregar correspondência tinham de ser tratadas por
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Hagrid para recuperar a saúde antes de voltarem a voar
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Todos mal agüentavam esperar as férias de Natal. E
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embora a sala comunal da
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Grifinória
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e o salão principal
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tivessem grandes fogos nas lareiras, os corredores
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varridos por correntes de ar tinham se tornado gélidos
e
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um vento cortante sacudia as janelas das salas de
aulas.
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As piores eram as aulas do Prol Snape nas masmorras,
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onde a respiração dos alunos virava uma névoa diante
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deles e eles procuravam ficar o mais próximo possível
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dos seus caldeirões.
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- Tenho tanta pena - disse Drago Malfoy; na aula de
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Poções.
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- dessas pessoas que têm que passar o Natal em
Hogwarts
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porque a família não as querem casa.
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Olhou para Harry ao dizer isso. Crabbe e Goyle
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tiram. Harry; que estava medindo pó de espinha de
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peixe-leão, não lhes deu atenção. Malfoy andava
muito
mais desagradável do que de costume desde a partida
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de quadribol. Aborrecido porque Sonserina perdera,
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tentara fazer as pessoas rirem dizendo que um sapo
iria
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substituir Harry como apanhador no próximo jogo.
Então percebeu que ninguém achara graça, porque
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estavam todos muito impressionados com a maneira
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com que Harry conseguira se segurar na vassoura
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corcoveante. Por isso Drago, invejoso e zangado,
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voltara a aperrear Harry dizendo que não tinha família
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como os outros...
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Era verdade que Harry não ia voltar à rua dos
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Alfeneiros para o Natal. A Profa. Minerva passara a
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semana anterior fazendo uma lista dos alunos que iam
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ficar em Hogwarts no Natal e Harry assinara seu nome
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na mesma hora. Não sentia nenhuma pena de si
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mesmo; provavelmente aquele seria o melhor Natal que
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já tivera. Rony e os irmãos também iam ficar, porque o
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Sr e a Sra. Weasley iam à Romênia visitar Carlinhos.
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Quando deixaram as masmorras ao final da aula de
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Poções, encontraram um grande tronco de pinheiro
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bloqueando o corredor à frente. Dois pés enormes que
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apareciam por baixo do tronco e alguém bufando alto
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denunciou a todos que Hagrid estava por trás dele.
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Oi, Rúbeo quer ajuda? - perguntou Rony; metendo
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a cabeça por entre os ramos.
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- Não, estou bem, obrigado, Rony.
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- Você se importaria de sair do caminho? - ouviuse
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a voz arrastada e seca de Drago atrás deles. - Está
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tentando ganhar uns trocadinhos, Weasley? Vai ver
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quer virar guarda-caça quando terminar Hogwarts. A
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cabana de Rúbeo deve parecer um palácio comparada
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ao que sua família está acostumada.
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Rony avançou para Drago justamente na hora em
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que Snape subia as escadas.
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Rony largou a frente das vestes de Drago.
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- Ele foi provocado, Prof. Snape - explicou Hagrid,
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deixando aparecer por trás da árvore a cara peluda. -
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Drago ofendeu a família dele.
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- Seja por que for, brigar é contra o
regulamento de
Hogwarts, Hagrid - disse Snape insinuante. - Cinco
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pontos a menos para Grifinória, Weasley; e dê graças a
|
Deus por não ser mais. Agora, vamos andando, todos
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vocês.
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Drago, Crabbe e Goyle passaram pela arvore com
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brutalidade, espalhando folhas para todo lado
com
sorrisos nos rostos.
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- Eu pego ele - prometeu Rony, rilhando os dentes
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as costas de Drago -, um dia desses, eu pego ele.
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- Odeio os dois - disse Harry - Drago e Snape.
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- Vamos, ânimo, o Natal está ai - disse Hagrid - Vou
lhes
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dizer o que vamos fazer, venham comigo ver o salão
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principal, está lindo.
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Então os três acompanharam Hagrid e sua árvore
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até o salão principal, onde a Profa. Minerva e o Prol
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Flitwick estavam trabalhando na decoração para o
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Natal
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- Ah, Hagrid, a ultima árvore - ponha naquele canto
ali,
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por favor.
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O salão estava espetacular. Festões de azevinho e
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visco pendurados a toda a volta das paredes e nada
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menos que doze enormes arvores de Natal estavam
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dispostas pelo salão, umas cintilando com cristais de
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neve, outras iluminadas por centenas de velas.
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- Quantos dias ainda faltam até as férias? -
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perguntou Hagrid.
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- Um - respondeu Hermione - Ah, isso me lembra:
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Harry; Rony; falta meia hora para o almoço
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devíamos
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,
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estar na biblioteca.
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- Ih, é mesmo - disse Rony; despregando os olhos
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do Prof. Flitwick, que fazia sair bolhas azuis da
ponta
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da varinha e as levava para cima dos galhos da árvore
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que acabara de chegar.
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- Biblioteca? - espantou-se Hagrid, acompanhando-os
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para fora da sala - Na véspera das férias? Não
estão
estudando demais?
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- Ah, não estamos estudando respondeu Harry, animado.
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- Desde que você mencionou o Nicolau Flamel estamos
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tentando descobrir quem ele é.
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- Vocês o quê? Hagrid parecia chocado. - Ouçam aqui:
já
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disse a vocês, parem com isso. Não é da sua conta o
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que o cachorro esta guardando.
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- Só queremos saber quem é Nicolau Flamel, só isso -
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falou Hermione.
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- A não ser que você queira nos dizer e nos
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poupar o trabalho? - acrescentou Harry. - Já devemos
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ter consultado uns cem livros e não o encontramos em
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lugar nenhum. Que tal nos dar uma pista? Sei que já
lio
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nome dele em algum lugar.
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- Não digo uma palavra - respondeu Hagrid
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decidido.
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- Então vamos ter que descobrir sozinhos - disse
Rony, e saíram depressa para a biblioteca, deixando
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Hagrid desapontado.
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Andavam realmente procurando o nome de Flamel
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nos livros desde que Hagrid deixara escapá-lo, porque
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de que outra maneira iam descobrir o que Snape estava
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tentando roubar? O problema é que era muito difícil
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saber por onde começar, sem saber o que Flamel
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poderia ter feito para aparecerem um livro. Não se
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encontrava em
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Grandes sábios do século,
|
nem em
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Nomes notáveis da mágica do nosso tempo,
|
não era
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encontrável tampouco em
|
Importantes descobertas
|
modernas da mata
|
nem em
|
Um estudo aos avanços
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recentes na magia.
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E, é claro, havia também o tamanho
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da biblioteca em si, dezenas de milhares de livros;
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milhares de prateleiras; centenas de corredores
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estreitos.
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Hermione puxou uma lista de assuntos e títulos
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que decidira pesquisar enquanto Rony se dirigiu a uma
|
carreira de livros e começou a tirá-los da
prateleira
aleatoriamente. Harry vagou até a Seção Reservada.
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Vinha pensando há algum tempo se Flamel não estaria
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ali. Infelizmente, o estudante precisava de um bilhete
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assinado por um professor para consultar qualquer
livro
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reservado e ele sabia que nenhum jamais lhe daria o
|
bilhete.
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Eram livros que continham poderosa magia negra
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jamais ensinada em Hogwarts e somente lida por
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alunos mais velhos que estudavam no curso avançado
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de Defesa Contra a Magia Negra.
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- O que é que você está procurando, menino?
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- Nada - disse Harry.
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Madame Pince, a bibliotecária, apontou-lhe um
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espanador de penas.
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- Então é melhor sair daqui. Vamos, fora!
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Desejando ter sido um pouco mais rápido em
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inventar alguma história, Harry saiu da biblioteca.
Ele,
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Rony e Hermione já tinham concordado que era melhor
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não perguntar a Madame Pince onde poderiam
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encontrar Flamel. Tinham certeza de que ela saberia
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informar, mas não podiam arriscar que Snape ouvisse o
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que andavam tramando.
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Harry esperou do lado de fora no corredor para
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saber se os outros dois tinham encontrado alguma
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coisa, mas não alimentava muitas esperanças. Afinal
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estavam procurando havia quinze dias, mas como só
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tinham breves momentos entre as aulas não era
surpresa que não tivessem achado nada O que
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realmente precisavam era de uma longa busca sem
|
Madame Pince bafejar o pescoço deles.
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Cinco minutos depois, Rony e Hermione se
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reuniram a ele balançando negativamente a cabeça. E
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foram almoçar.
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- Vocês vão continuar procurando enquanto eu
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estiver fora, não vão? - recomendou Hermione. - E me
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mandem uma coruja se encontrarem alguma coisa.
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- E você poderia perguntar aos seus pais se sabem
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quem é Flamel - disse Rony. - Não haveria perigo em
|
perguntar a eles.
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- Nenhum Perigo, os dois são dentistas.
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Uma vez começadas as férias, Rony e Harry estavam se
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divertindo à beça para se lembrar de Flamel. Tinham o
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dormitório só para eles e a sala comunal estava muito
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mais vazia do que o normal, por isso podiam usar as
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poltronas confortáveis ao pé da lareira. Sentavam-se a
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toda hora para comer tudo que pudessem espetar em
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um garfo de assar - pão, bolinhos,
|
marshmallows-
|
e
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tramavam maneiras de fazer Drago ser expulso, o que
|
se divertiam em discutir mesmo que não fosse produzir
|
resultados.
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Rony também começou a ensinar Harry a jogar xadrez
|
de bruxa Era exatamente igual a xadrez de trouxa
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exceto que as peças eram vivas, o que fazia parecer
que
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a pessoa estava dirigindo tropas em uma batalha. O
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jogo de Rony era muito velho e gasta como tudo o mais
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que possuía, pertencera em tempos a alguém da família
|
- no caso, ao seu avô. No entanto, a velhice das peças
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não era um empecilho. Rony as conhecia tão bem. que
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nunca tinha dificuldade de mandá-las fazer o que ele
|
queria.
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Harry jogava com peças que Simas Finnigan lhe
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emprestara e estas não confiavam nada nele. Ainda não
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era um bom jogador e elas não paravam de gritar
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conselhos variados, o que o confundia:
|
"Não me mande para lá, não está vendo o cavalo
dele?
|
Mande
|
ele
|
, podemos nos dar ao luxo de perder
|
ele
|
."
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Na noite de Natal, Harry foi para a cama pensando com
|
ansiedade na comida e na diversão do dia seguinte, mas
|
sem esperar nenhum presente.
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Quando acordou cedo na manhã seguinte, porém, a
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primeira coisa que viu foi uma pequena pilha de
|
embrulhos ao pé de sua cama.
Natal- disse Rony sonolento quando Harry pulou da cama
e
|
vestiu o roupão.
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você também - falou Harry. - Olhe só isso! Ganhei
presentes?
|
que é que você esperava, nabos? - respondeu Rony,
virando-se
|
para a sua pilha que era bem maior do que a de Harry
|
apanhou o pacote de cima. Estava embrulhado em papel
pardo
|
grosso e trazia escrito em garranchos P
|
ara o Harry,
|
de
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Hagrid.
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Dentro havia uma flauta tosca de madeira. Era
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óbvio que Hagrid a entalhara pessoalmente. Harry
|
soprou-a - parecia um pouco com um pio de coruja.
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gundo embrulho, muito pequeno, continha um bilhete.
|
Recebemos sua mensagem
|
e
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estamos enviando o seu
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presente. Tio Válter e Tia Petúnia.
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Presa com fita
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adesiva na nota havia uma moeda de cinqüenta pence.
|
- Que simpático! - exclamou Harry.
|
Rony ficou fascinado pela moeda de cinqüenta
|
pence.
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- Que esquisito! - disse. - Que formato! Isso é
|
dinheiro?
|
- Pode ficar com ela - disse Harry rindo-se ao ver
|
a satisfação de Rony - Rúbeo, minha tia e meu tio. E
|
quem mandou esses?
|
- Acho que sei quem mandou esse - disse Rony,
|
ficando um pouco vermelho e apontando para um
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embrulho disforme. - Mamãe. Eu disse a ela que você
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não estava esperando receber presentes... ah, não... -
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gemeu -, ela fez para você uma suéter Weasley.
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Harry rasgou o papel e encontrou uma suéter
|
tricotada com linha grossa verde-clara e uma grande
|
caixa de barras de chocolate feito em casa.
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- Todos os anos ela faz para nós uma suéter - disse
|
Rony, desembrulhando a dele -, e a minha é
|
sempre
|
cor
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de tijolo.
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- Foi realmente muita gentileza dela - disse Harry;
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experimentando as barrinhas de chocolate, que estavam
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muito gostosas.
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sente seguinte também continha doces - uma grande
caixa de
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sapos de chocolate dados por Hermione.
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a apenas um embrulho. Harry apanhou-o e apalpou-o. Era
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muito leve. Desembrulhou-o
|
coisa sedosa e prateada escorregou para o chão onde se
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acomodou em dobras refulgentes. Rony soltou uma
|
exclamação:
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uvi falar nisso - disse em voz baixa, deixando cair a
caixa de
|
feijõezinhos de todos os sabores que ganhara de
|
Hermione. - Se isso é o que eu penso que é, é
realmente
raro e
|
realmente
|
valioso.
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- E o que é?
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Harry apanhou o pano brilhoso e prateado do chão.
|
Tinha uma textura estranha, parecia tecida com fios de
|
água.
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- E uma capa da invisibilidade - disse Rony, com
|
uma expressão de assombro no tosto. - Tenho certeza de
que
|
é. Experimente.
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Harry jogou a capa em volta dos ombros e Rony
|
deu um berro.
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- E, Sim! Olhe para baixo!
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Harry olhou para os pés, mas eles tinham
|
desaparecido. Correu então para o espelho. Não deu
|
outra, o espelho refletiu sua imagem, só a cabeça
|
suspensa no ar, o corpo completamente invisível. Ele
|
cobriu a cabeça e a imagem desapareceu
|
completamente.
|
- Tem um cartão! - disse Rony de repente. - Caiu
|
um cartão! Harry tirou a capa e apanhou o cartão.
|
Escritas numa caligrafia fina e rebuscada que ele
nunca
|
vira antes, estavam as seguintes palavras:
|
Seu pai deixou isto comigo antes
|
de morrer. Está na hora de devolve-la a você.
|
Use-a bem.
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Um Nata/ Muito Feliz para você
Não havia assinatura. Harry ficou olhando o
|
cartão. Rony admirava a capa.
|
- Eu daria
|
qualquer coisa
|
para ter uma dessas.
|
Qualquer
|
coisa...
|
Que foi?
|
- Nada. - Harry estava se sentindo muito estranho.
|
Quem mandara a capa? Será que pertencera mesmo ao
|
seu pai?
Antes que pudesse dizer ou pensar qualquer outra
|
coisa, a porta do dormitório se escancarou e Fred e
|
Jorge Weasley entraram aos pulos. Harry rapidamente
|
deu um sumiço na capa. Por ora não tinha vontade de
|
compartilhá-la com mais ninguém.
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- Feliz Natal!
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- Ei, olhe só, o Harry ganhou uma suéter Weasley
|
também!
|
Fred e Jorge estavam usando suéteres azuis, uma com
|
um grande F, a outra com um J.
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- Mas a do Harry é melhor do que a nossa - comentou
|
Fred, erguendo a suéter de Harry - Ela com
certeza
capricha mais se a pessoa não é da família.
|
- Por que você não está usando a sua? - perguntou
|
Jorge - Vamos, vista logo, elas são ótimas e quentes.
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- Detesto cor de tijolo - lamentou-se Rony; desanimado
|
enquanto vestia a suéter.
|
- Pelo menos você não tem uma letra na sua - comentou
|
Jorge. - Ela deve pensar que você não esquece o seu
|
nome. Mas nós não somos burros, sabemos que nos
|
chamamos Jorge e Fred.
|
- Que barulheira é essa?
|
Percy Weasley meteu a cabeça para dentro da
|
porta, com um olhar de censura. Era visível que já
|
desembrulhara metade dos seus presentes porque trazia
|
também uma suéter grossa pendurada no braço, que
|
Fred logo agarrou.
- M de monitor! Vista logo, Percy, todos estamos
|
usando as nossas, até Harry ganhou uma.
|
- Eu...não... quero - disse Percy com a voz
|
embargada, enquanto os gêmeos forçavam a suéter por
|
sua cabeça, entortando seus óculos.
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- E você hoje não vai se sentar com os monitores -
|
disse Jorge. - Natal é uma festa da família.
|
E os dois carregaram Percy para fora do quarto,
|
com os braços presos dos lados pela suéter.
|
Harry nunca tivera em toda a vida um almoço de Natal
|
igual àquele. Cem perus gordos assados, montanhas de
|
batatas assadas e cozidas, travessas de salsichas,
|
terrinas de ervilhas passadas na manteiga, molheiras
|
com uva-do-monte em molho espesso e bem temperado
|
- e, a pequenos intervalos sobre a mesa, pilhas de
|
bombinhas de bruxo. Essas bombinhas fantásticas não
|
se pareciam nada com as bombinhas fracas dos trouxas
|
que os Dursley em geral compravam, cheias de
|
brinquedinhos de plástico e chapéus de papel fino.
|
Harry puxou a ponta de uma bombinha de bruxo com
|
Fred e ela não deu apenas um estalinho, ela explodiu
|
com o ruído de um canhão e envolveu-os em uma
|
nuvem de fumaça azul, enquanto caiam de dentro um
|
chapéu de almirante e vários camundongos brancos,
|
vivos. Na mesa principal, Dumbledore tinha trocado o
|
chapéu de bruxo por um. toucado florido e ria
|
alegremente de trina piada que o Prof. Flitwick
acabara
|
de ler para ele.
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Pudins de Natal flamejantes seguiram-se ao peru.
|
Percy quase quebrou os dentes em uma foice de prata
|
que estava escondida em sua fatia. Harry observava o
|
rosto de Hagrid ficar cada vez mais vermelho à medida
|
que pedia mais vinho e acabou beijando a bochecha da
|
Profa. Minerva, a quase para espanto de Harry, rira e
|
corara, o chapéu de bruxa enviesado na cabeça.
|
Quando Harry finalmente saiu da mesa estava
|
levando uma montanha de brinquedos das
bombinhas,
inclusive uma embalagem de balões luminosos e
nãoexplosivos,
|
um kit para cultivar capixingui, a planta
|
símbolo de Hogwarts, e um jogo de xadrez de bruxo.
|
Os camundongos brancos tinham desaparecido e Harry
|
teve a desagradável sensação de que eles iam acabar
|
virando jantar de Natal para Madame Nor-r-ra.
|
Harry e os Weasley passaram urna tarde muito
|
alegre ocupados em uma furiosa guerra de bolas de
|
neve. Depois, frios, molhados e ofegantes, voltaram
|
para junto da lareira na sala comunal de Grifinória,
|
onde Harry estreou o seu novo jogo de xadrez
|
perdendo espetacularmente para Rony. Suspeitou que
|
não teria levado uma surra tão grande se Percy não
|
tivesse tentado ajudá-lo tanto.
|
Depois de lancharem sanduíches de peru,
|
bolinhos, gelatina e bolo de frutas, todos se sentiram
|
demasiado fartos e sonolentos para fazer outra coisa
|
senão sentar e assistir a Percy correr atrás de Fred e
|
Jorge por toda a torre de Grifinória porque eles
tinham
|
furtado seu crachá de monitor
|
Fora o melhor Natal da vida de Harry. No entanto, no
|
fundinho da cabeça alguma coisa o incomodara o dia
|
inteiro. Somente quando finalmente se deitou é que
|
teve tempo para pensar nela: a capa invisível e a
pessoa
|
que a mandara.
|
Rony, cheio de peru e bolo e sem nenhum mistério
|
para perturbá-lo, caiu no sono assim que puxou as
|
cortinas de sua cama de dossel. Harry debruçou-se pela
|
borda da cama e puxou a capa que escondera ali.
|
Do seu pai... aquilo fora do seu pai. Ele deixou o
|
tecido escorregar pelas mãos, mais macio do que seda,
|
leve como o ar.
|
Use-a bem,
|
dissera o cartão.
|
Tinha de experimentá-la agora. E saiu da cama e
se
enrolou na capa. Olhando para as pernas, viu apenas o
|
luar e as sombras Era uma sensação muito engraçada.
|
Use-a bem.
|
pente, Harry se sentiu completamente acordado. Toda a
|
Hogwarts se abria para ele com esta capa.
Sentiu-se
tomado de excitação em pé ali na escuridão silenciosa.
|
Podia ir a qualquer lugar com a capa, qualquer lugar,
e
|
Filch jamais saberia.
|
Rony resmungou adormecido. Será que Harry
|
devia acordá-lo? Alguma coisa o deteve a capa do seu
|
pai, sentiu que desta vez - a primeira - queria usá-la
|
sozinho.
|
E saiu sorrateiro do dormitório, desceu as escadas,
|
atravessou a sala comunal e passou pelo buraco do
|
retrato.
|
- Quem está aí? - perguntou esganiçada a Mulher
|
Gorda. Harry não respondeu. Saiu depressa pelo
|
corredor
|
Onde deveria ir? Parou, o coração acelerado, e
|
pensou. E então lhe ocorreu. A seção reservada na
|
biblioteca. Poderia ler o tempo que quisesse, o tempo
|
que precisasse para descobrir quem era Flamel. Foi,
|
então, puxando a capa para bem junto do corpo ao
|
andar
|
A biblioteca estava escura como breu e muito
|
estranha. Harry acendeu uma luz para enxergar o
|
caminho entre as fileiras de livros
|
A lâmpada parecia que estava flutuando no ar, e embora
|
Harry sentisse que seu braço a sustentava, aquela
visão
|
lhe deu arrepios.
|
A seção reservada era bem no fundo da biblioteca.
|
Saltando com cautela a corda que separava esses livros
|
do resto da biblioteca, ele ergueu a lâmpada para ler
os
|
títulos.
|
Eles não lhe informavam muita coisa. Suas letras
descascadas e esmaecidas formavam dizeres em
|
línguas que Harry não entendia. Alguns sequer tinham
|
titulo. Um livro tinha uma mancha escura que fazia
|
lembrar horrivelmente de sangre. Os pêlos na nuca de
|
Harry ficaram em pé. Talvez fosse imaginação dele,
|
talvez não, mas achou que ouvia um sussurro inaudível
|
vindo dos livros, corno se eles soubessem que havia
|
alguém ali que não deveria estar.
|
Precisava começar por alguma parte. Pousando com
|
cuidado a lâmpada no chão, ele procurou na prateleira
|
mais baixa um livro que parecesse interessante. Um
|
grande volume preto e prata chamou sua atenção.
|
Puxou-o com esforço, porque era muito pesado, e
|
equilibrando-o nos joelhos, deixou-o abrir ao acaso.
|
Um grito agudo de coalhar o sangue cortou o
|
silêncio o livro está gritando! Harry fechou-o
depressa,
mas o grito não parou, uma nota alta, continua, de
furar
|
os tímpanos. Ele tropeçou para trás e derrubou a
|
lâmpada, que se apagou na mesma hora. Em pânico,
|
ouviu passos que vinham pelo corredor do lado de fora
|
enfiando o livro gritador de qualquer jeito no lugar,
ele
|
correu para valer Passou por Filch quase a porta. Os
|
olhos claros e arregalados de Filch atravessaram-no,
|
Harry escorregou por debaixo dos seus braços
|
estendidos e saiu desabalado pelo corredor, os gritos
do
|
livro ainda ecoando em seus ouvidos.
|
Parou subitamente diante de uma alta armadura.
|
Estivera tão ocupado em fugir da biblioteca que não
|
prestara atenção aonde estava indo. Talvez porque
|
estivesse escuro, ele sequer reconheceu onde se
|
encontrava. Havia urna armadura perto das cozinhas,
|
ele sabia, mas ele devia estar uns cinco andares
acima.
|
- O senhor me pediu para eu vir direto ao senhor,
|
professor, se alguém estivesse perambulando durante a
|
noite e alguém esteve na biblioteca, na seção
reservada.
entiu o sangue se esvair do seu rosto. Onde quer que
estivesse,
|
Filch devia conhecer um atalho, porque sua voz baixa e
|
untuosa estava se aproximando, e para seu horror, foi
|
Snape quem respondeu:
|
eção reservada? Bom, eles não podem estar longe, vamos
|
apanhá-los.
|
ficou imóvel no lugar em que estava quando Filch e
Snape
|
viraram o canto do corredor à frente. Eles não podiam
|
vê-lo, é claro, mas era um corredor estreito e se
|
chegassem mais perto esbarrariam nele - a capa não o
|
impedia de ser sólido.
|
Recuou o mais silenciosamente que pôde. Havia
|
uma porta entreaberta à sua esquerda. Era sua única
|
esperança. Esgueirou-se por ela, prendendo a
|
respiração, tentando não empurrá-la e, para seu
alívio,
|
conseguiu entrar no aposento sem que percebessem
|
nada. Eles passaram direto e Harry apoiou-se na
|
parede, respirando profundamente, ouvindo os passos
|
dos dois morrerem a distância. Fora por pouco, por um
|
triz. Passaram-se alguns segundos até ele reparar em
|
alguma coisa no aposento em que se escondera.
|
Parecia uma sala de aula fechada. Os vultos
|
escuros das mesas e cadeiras se amontoavam contra as
|
paredes e havia uma cesta de papéis virada - mas
|
escorada na parede à sua frente havia uma coisa que
|
não parecia pertencer ao lugar, alguma coisa que
|
parecia que alguém acabara de pôr ali para
tira-la do
caminho.
|
Era um magnífico espelho, da altura do teto, com
|
uma moldura de talha dourada, aprumado sobre dois
|
pés em garra. Havia uma inscrição entalhada no alto:
|
Ojesed stra ebru
oy ube cafru oyr on wohsi.
|
e do púnico, agora que não ouvia sinal de Filch e
Snape, Harry
|
aproximou-se do espelho querendo mostrar-se sem ver
|
nenhuma imagem como antes. Adiantou-se para o
espelho.
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de levar as mãos à boca para não gritai; Virou-se. Seu
coração
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batia com muito mais fúria do que quando o livro
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gritara -porque não vira somente a própria imagem no
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espelho, mas a de uma verdadeira multidão por trás
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dele.
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Mas o quarto estava vazio. Respirando muito
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depressa, ele se virou lentamente para o espelho.
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Lá estava ele
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refletido, parecendo branco e assustado,
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,
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e lá estavam, refletidos às suas costas, pelo menos
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outras dez pessoas, Harry espiou por cima do ombro
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mas continuava a não haver ninguém mais. Ou será que
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eram todos invisíveis também? Será que estava de fato
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em um aposento cheio de gente invisível e o truque
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desse espelho é que ele refletia tudo,
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invisível
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ou não?
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Olhou para o espelho outra vez. Uma mulher
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parada logo atrás de sua imagem sorria e lhe acenava.
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Ele esticou a mão e sentiu o ar atrás dele. Se ela
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estivesse realmente ali, ele a tocaria, pois suas
imagens
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estavam muito próximas, mas ele pegou apenas ar - ela
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e os outros só existiam no espelho.
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Era uma mulher muito bonita. Tinha cabelos acaju e os
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olhos
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- os olhos são igualzinhos aos meus, Harry pensou,
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acercando-se um pouco mais do espelho. Verde-vivo -
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exatamente do mesmo formato, mas então reparou que
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ela estava chorando, sorrindo, mas chorando ao mesmo
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tempo. O homem alto, magro, de cabe-los negros,
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parado ao lado dela abraçou-a. Usava óculos e seu
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cabelo era muito rebelde. Espetava na parte de trás,
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como o de Harry.
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Harry estava tão perto do espelho agora que seu nariz
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quase encostava em sua imagem.
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- Mamãe? - murmurou - Papai?
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Eles apenas olharam para ele, sorrindo, e lentamente
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Harry olhou para os rostos das outras pessoas no
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espelho e viu outros pares de olhos verdes
iguais ao
seus, outros narizes como o seu, até mesmo um velhote
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que parecia ter os mesmos joelhos ossudos que ele -
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Harry estava olhando para sua família, pela primeira
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vez na vida.
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Os Potter sorriram e acenaram para Harry e ele
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retribuiu o olhar carente, as mãos comprimindo o
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espelho como se esperasse entrar por dentro dele e
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alcançá-los. Sentiu uma dor muito forte no peito, em
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que se misturavam a alegria e uma terrível tristeza.
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Quanto tempo esteve parado ali, ele não sabia. As
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imagens não esmaeceram e ele continuou mirando-as
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até que um ruído distante o trouxe de volta ao presente.
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Não podia ficar ali, tinha de encontrar o caminho de
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volta para a cama. Com esforço, desviou os olhos do
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rosto de sua mãe, sussurrando "Eu volto" e
saiu
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depressa do aposento.
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- Você podia ter me acordado falou Rony, aborrecido.
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Você pode vir hoje à noite. Vou voltar, quero lhe
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mostrar o espelho.
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Eu gostaria de ver sua mãe e seu pai - disse Rony,
animado.
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E eu quero ver toda a sua família, todos os Weasley,
você vai
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poder me mostrar os seus outros irmãos e todo o
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mundo.
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ê pode vê-los a qualquer hora. E só vir à minha casa
neste verão.
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Em todo o caso, talvez o espelho só mostre gente
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morta. Mas é uma pena você não ter achado o Flamel.
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Coma um pouco de bacon ou outra coisa qualquer, por
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que é que você não está comendo nada?
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Harry não conseguia comer. Vira os pais e iria vê-los
de novo à
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noite. Quase se esquecera de Flamel já não lhe parecia
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tão importante. Quem ligava para o que o cachorro de
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três cabeças estava guardando? Quem ligava realmente
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que Snape fosse roubar a coisa?
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está bem? - perguntou Rony - Está com uma cara tão
estranha
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O que Harry mais temia era não conseguir encontrar o
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aposento do espelho outra vez. Com Rony coberto pela.
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capa também, eles tiveram de andar muito mais
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devagar na noite seguinte. Tentaram refazer o caminho
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de Harry ao sair da biblioteca, andando a esmo pelos
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corredores escuros durante quase uma hora.
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- Estou falando - disse Rony; - Vamos esquecer
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tudo e voltar
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- Não! - sibilou Harry - Sei que é em algum lugar
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por aqui.
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Passaram pelo fantasma de uma bruxa alta que
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deslizava na direção oposta, mas não viram mais
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ninguém. Na hora em que Rony começou a reclamar
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que seus pés estavam dormentes de frio, Harry
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identificou a armadura.
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- É aqui... logo aqui...é.
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Eles empurraram a porta. Harry deixou cair a capa
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dos ombros e correu para o espelho.
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Lá estavam eles Sua mãe e seu pai sorriam ao vê-lo.
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- Está vendo? - Harry cochichou.
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- Não consigo ver nada.
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- Olhe! Olhe eles todos... ali, montes deles...
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- Só consigo ver você.
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- Olhe direito, vamos, fique aqui onde eu estou.
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Harry deu um passo para o lado, mas com Rony
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diante do espelho, não conseguiu mais ver sua família,
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apenas Rony corno seu pijama de lã escocesa.
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Rony; porém, estava mirando a própria imagem,
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petrificado.
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- Olhe só para mim! - exclamou.
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- Você está vendo toda a sua família à sua volta?
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- Não, estou sozinho, mas estou diferente... pareço
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mais velho, e sou chefe dos monitores.
- O quê?
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- Estou... estou usando um crachá igual ao do Gui...
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e estou segurando a taça das casas e a taça de
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quadribol, sou capitão do time de quadribol também!
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Rony despregou os olhos dessa visão magnífica para
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olhar excitado para Harry.
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- Você acha que esse espelho mostra o futuro?
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- Como pode mostrar? A minha família está toda
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morta. Me deixe dar outra espiada.
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- Você teve o espelho só para você a noite passada,
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me deixa olhar mais um pouco.
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- Você só está segurando a taça de quadribol, que
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interesse tem isso? Eu quero ver os meus pais.
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- Não me empurre...
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Um ruído repentino do lado de fora no corredor
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pós fim à discussão dos dois. Não tinham se dado conta
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do como estavam falando alto.
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- Depressa!
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Rony atirou a capa de volta pata cobri-los na hora
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que os olhos luminosos de Madame Nor-r-ra
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apareceram à porta. Rony e Harry ficaram imóveis,
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ambos pensando a mesma coisa - será que a capa fazia
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efeito para os gatos? Passado um tempo que pareceu
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uma eternidade, ela se virou e foi embora.
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é perigoso. Ela pode ter ido buscar o Filch,
aposto que nos
ouviu. Vamos.
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E Rony puxou Harry pata fora do quarto.
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A neve ainda não derretera na manhã seguinte.
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Quer jogar xadrez, .Harry? - convidou Rony.
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- Não.
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- Por que não descemos para visitar Rúbeo?
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- Não... vai você...
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- Seio que é que você está pensando, Harry,
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naquele espelho. Não volte lá hoje à noite.
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que não?
Não sei, estou. com uma intuição ruim, e de qualquer
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forma você já escapou por um triz muitas vezes,
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demais. Filch
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Snape e Madame Nor-r-ra estão andando
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,
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por lá. E dai se eles não conseguem ver você? E se
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esbarrarem em você? E se você derrubar alguma coisa?
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- Você está falando igual à Hermione.
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- Estou falando sério. Harry, não vai não.
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Harry só tinha um pensamento na cabeça, voltar para a
frente do
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espelho, e Rony não ia detê-lo.
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Naquela terceira noite ele encontrou o caminho
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ainda mais rapidamente do que nas anteriores.
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Andava tão depressa que sabia que estava fazendo
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mais barulho do que seria sensato, mas não
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encontrou ninguém.
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E lá estavam sua mãe e seu pai sorrindo de novo para
ele, e um
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dos seus avós acenava feliz com a cabeça. Harry se
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abaixou para sentar no chão diante do espelho. Não
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havia nada que pudesse impedi-lo de ficar ali a noite
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inteira com a família. Nada.
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A não ser..
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o, outra vez aqui, Harry?
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sentiu como se suas tripas tivessem congelado. Olhou
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para trás. Sentado em uma das mesas junto à parede
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estava ninguém menos que Alvo Dumbledore. Harry
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devia ter passado direto por ele; tão desesperado
estava
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para chegar ao espelho, que nem reparara.
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- Eu... eu não vi o senhor.
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- E estranho como você pode ficar míope quando
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está invisível - disse Dumbledore, e Harry sentiu
alívio
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ao ver que ele sorria.
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- Então - continuou Dumbledore, escorregando da
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cadeira até o chão para se sentar ao lado de Harry -
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,você, como centenas antes de você, descobriu os
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prazeres do Espelho de Ojesed.
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- Eu não sabia que se chamava assim, professor.
- Mas espero que a essa altura você já tenha
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percebido o que ele faz?
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- Bom... me mostra a minha família...
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- E mostrou o seu amigo Rony como chefe dos
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monitores.
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- Como é que o senhor soube?
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- Eu não preciso de uma capa para me tornar
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invisível - disse Dumbledore com brandura. - Agora,
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você é capaz de concluir o que é que o Espelho de
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Ojesed mostra a nós todos?
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Harry sacudiu negativamente a cabeça.
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- Deixe-me explicar. O homem mais feliz do
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mundo poderia usar o Espelho de Ojesed como um
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espelho normal, ou seja, ele olharia e se veria
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exatamente como é. Isso o ajuda a pensar?
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Harry pensou. Então respondeu lentamente:
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- Ele nos mostra o que desejamos... seja o que for
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que desejemos...
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- Sim e não - disse Dumbledore - Mostra-nos nada
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mais nem menos do que o desejo mais intimo, mais
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desesperado de nossos corações. Você, que nunca
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conheceu sua família, a vê de pé a sua volta. Ronaldo
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Weasley, que sempre teve os irmãos a lhe fazerem
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sombra, vê-se sozinho, melhor que todos os irmãos.
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Porém, o espelho não nos dá nem o conhecimento nem
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a verdade. Já houve homens que definharam diante
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dele, fascinados pelo que viam, ou enlouqueceram sem
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saber se o que o espelho mostrava era real ou sequer
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possível.
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"O espelho vai ser levado para uma nova casa
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amanhã, Harry; e peço que você não volte a procurá-lo.
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Se algum dia o encontrar, estará preparado. Não faz
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bem viver sonhando e se esquecer de viver, lembre-se.
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E agora, por que você não põe essa capa admirável
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outra vez e vai dormir?"
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Harry se levantou.
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- Senhor, Prof. Dumbledore? Posso lhe perguntar
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uma corsa?
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- Obviamente você acabou de me perguntar -
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sorriu Dumbledore. - Mas pode me perguntar mais uma
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coisa.
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- O que é que o senhor vê quando se olha no
|
espelho?
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- Eu? Eu me vejo segurando um par de grossas
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meias de lã.
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Harry arregalou os olhos
- As meias nunca são suficientes. Mais um Natal
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chegou e passou e não ganhei nem um par As pessoas
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insistem em me dar livros.
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Foi somente quando estava de volta à cama que
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ocorreu a Harry que talvez Dumbledore não tivesse
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dito a verdade. Mas, pensou, enquanto empurrava
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Pereba para longe do seu travesseiro, fizera uma
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pergunta muito pessoal.
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