domingo, 2 de setembro de 2012

Harry Potter .. E a Pedra Filosofal ( Cap VII )


-
CAPÍTULO SETE -
O chapéu seletor
A porta abriu-se de chofre. E apareceu uma
bruxa alta de cabelos negros e vestes verde
esmeralda. Tinha o rosto muito severo e o
primeiro pensamento de Harry foi que era
uma pessoa a quem não se devia aborrecer.
- Alunos do primeiro ano, Profa. Minerva
McConagall - informou Hagrid.

- Obrigada Hagrid. Eu cuido deles daqui em
diante.
Ela escancarou a porta O saguão era tão grande
que teria cabido a casa dos Dursley inteira dentro. As
paredes de pedra estavam iluminadas com archotes
flamejantes como os de Gringotes, o teto era alto
demais para se ver, e um a imponente escada de
mármore em frente levava aos andares superiores.
Eles acompanharam a Profa. Minerva pelo piso de
lajotas de pedra. Harry ouviu o murmúrio de centenas
de vozes que vinham de urna porta á direita - o restante
da escola já devia estar reunido. Mas a Profa. Minerva
levou os alunos da primeira série a uma sala vazia ao
lado do saguão. Eles se agruparam lá dentro, um pouco
mais apertados do que o normal, olhando, nervosos,
para os lados.
- Bem-vindos a Hogwarts - disse a Profa.
Minerva.. - O banquete de abertura do ano letivo vai
começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem as
mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção e
uma cerimônia muito importante porque, enquanto
estiverem aqui sua. casa será uma espécie de família
em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante
dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa
e passarão o tempo livre na sala comunal.
"As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-lufa,
Cornival e
Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e
cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários.
Enquanto estiverem em Hogwarts os seus acertos
renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a
farão perder. No fim do ano, a casa com o maior
numero de pontos receberá a taça da casa, uma grande
honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de
orgulho para a casa á qual vier a pertencer.
"A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de
alguns minutos na presença de toda a escola. Sugiro
que vocês se arrumem o melhor que puderem enquanto
esperam."
O olhar dela se demorou por um instante na capa de
Neville, que estava afivelada debaixo da orelha
esquerda, e no nariz sujo de Rony; Harry; nervoso,
tentou achatar os cabelos.
- Voltarei quando estivermos prontos para receber
vocês - disse a Profa. Minerva. - Por favor, aguardem
em silêncio.
E se retirou da sala. Harry engoliu em seco.
- Mas como é que eles selecionam a gente para as
casas? - Harry perguntou a Rony.
- Devem fazer uma espécie de teste, acho. Fred diz
que dói à beça, mas acho que estava brincando.
O coração de Harry deu um pulo terrível. Um teste? Na
frente da escola toda? Mas ele ainda nem conhecia
mágica nenhuma - que diabo teria que fazer? Não
previra nada do gênero assim logo na chegada. Olhou à
volta, ansioso, e viu que os outros também pareciam
apavorados. Ninguém falava muito a não ser
Hermione, que cochichava muito depressa todos os
feitiços que aprendera, sem saber o que precisaria
mostrar. Harry fez força para não escutar o que ela
dizia. Nunca se sentira. tão nervoso, nunca, nem
mesmo quando tivera que levar um boletim. escolar
para os Dursley dizendo que, não sabiam como, ele
fizera a peruca do professor ficar azul. Ele manteve os
olhos grudados na porta. A qualquer segundo agora a
Profa. Minerva voltaria e o conduziria ao seu triste fim.
Então aconteceu uma coisa que o fez pular bem
uns trinta centímetros no ar - várias pessoas atrás dele
gritaram.
- Que di...
Ele ofegou. E as pessoas à sua volta também. Uns
vinte fantasmas passaram pela parede dos fundos.
Brancos-pérola e ligeiramente transparentes, eles
deslizaram pela sala conversando e entre si, mal vendo
os alunos do primeiro ano. Pareciam estar discutindo.
O que lembrava um fradinho gorducho ia dizendo:
Perdoar e esquecer eu diria, vamos dar a ele uma
segunda chance...
- Meu caro frei, já não demos a Pirraça todas as
chances que ele merecia? Ele mancha a nossa
reputação e, você sabe, ele nem ao menos é um
fantasma. Nossa, o que é que essa garotada está
fazendo aqui?
Um fantasma, que usava uma gola de rufos
engomados e meiões, de repente reparou nos alunos do
primeiro ano.
Ninguém respondeu.
- Alunos novos! - disse o frei Gorducho,
sorrindo para eles.
- Estão esperando para ser selecionados,
imagino?
Alguns garotos confirmaram com a cabeça, mudos.
- Espero ver vocês na Lufa-lufa! - falou o frei. - A
minha casa antiga, sabe?
- Vamos andando agora - disse uma voz enérgica. -
A Cerimônia de Seleção vai começar.
A Profa. Minerva voltara um a um os fantasmas
saíram voando pela parede oposta.
Agora façam fila e me sigam.
Sentindo-se pouco à vontade como se suas pernas
tivessem virado chumbo, Harry entrou na fila atrás de
um garoto de cabelos cor de palha e na frente de Rony;
e todos saíram da sala, tornaram a atravessar o saguão e
as portas duplas que levavam ao Grande Salão.
Harry jamais imaginara um lugar tão diferente e
esplêndido Era iluminado por milhares de velas que
flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, onde os
demais estudantes já se encontravam sentados. As
mesas estavam postas com pratos e taças douradas. No
outro extremo do salão havia mais uma mesa comprida
em que se sentavam os professores. A Profa. Minerva
levou os alunos de primeiro ano até ali, de modo que
eles pararam enfileirados diante dos outros, tendo os
professores ás suas costas.
As centenas de rostos que os contemplavam
pareciam lanternas fracas à luz trêmula das velas.
Misturados aqui e ali aos estudantes, os fantasmas
brilhavam como prata envolta em névoa.
Principalmente para evitar os olhares fixos neles, Harry
olhou para cima e viu um teto aveludado e negro
salpicado de estrelas. Ouviu Hermione cochichar:
- E enfeitiçado para parecer o céu lá fora. li em
Hogwarts Uma História .
Era difícil acreditar que havia um teto ali e que o
Salão Principal simplesmente não se abria para o
infinito.
Harry baixou depressa os olhos quando a Profa.
Minerva silenciosamente colocou um banquinho de
quatro pernas diante dos alunos do primeiro ano. Em.
cima do banquinho ela pôs um chapéu pontudo de
bruxo. O chapéu era remendado esfiapado e sujíssimo.
Tia Petúnia não teria permitido que um objeto nessas
condições entrasse em casa.
Talvez tivessem que tentar tirar um coelho de
dentro dele, Harry pensou delirando, parecia
apropriado - reparando que todos no salão agora
olhavam para o chapéu, ele olhou também. Por alguns
segundos fez-se um silêncio total. Então o chapéu se
mexeu. Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca -
e o chapéu começou a cantar:
Ah, você podem me achar pouco atraente,
Mas não me julguem só pela aparência
Engulo a mim mesmo se
puderem encontrar
Um chapéu mais inteligente do que o papai
aqui.
Podem guardar seus chapéus-coco bem
pretos;
Suas cartolas altas de cetim brilhoso
Porque
sou o Chapéu Seletor de Hogwarts
.
E
dou de dez a zero
em
qualquer outro
chapéu.
Não há nada escondido em sua cabeça
que o Chapéu Seletor não consiga ver,
Por isso é só me porem na cabeça que vou
dizer
Em que casa de Hogwarts deverão ficar
Quem sabe sua morada é a Grinfinória,
Casa onde habitam os corações indômitos.
Ousadia e sangue-frio e nobreza
Destacam os alunos da Grinfinória dos demais;
Quem sabe é na Lufa-lufa que você vai morar;
Onde seus moradores são justos e leais
Pacientes, sinceros, sem medo da dor;
Ou será a velha e sábia Corvinal
A casa dos que têm a mente sempre alerta,
Onde os homens de grande espírito e saber
Sempre encontrarão companheiros seus iguais;
Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
E ali fira seus verdadeiros amigos,
Homens de astúcia que usam quaisquer meios
Para atingir os fins que antes colimaram.
Vamos, me experimentem! Não devem temer!
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem
mãos)
Porque sou único, sou um Chapéu Pensador!
O salão inteiro prorrompeu em aplausos quando o
chapéu acabou de cantar. Ele fez urna reverência para
cada uma das quatro mesas e em seguida ficou muito
quieto outra vez.
- Então só precisamos experimentar o chapéu! -
cochichou Rony a Harry. Vou matar o Fred, ele não
parou de falar numa
luta
contra um trasgo.
,
Harry deu um sorriso sem graça. É
experimentar um
chapéu era bem melhor do que precisa fazer um
feitiço, mas desejou que pudessem ter experimentado o
chapéu sem toda aquela gente olhando. O chapéu
parecia estar pedindo muito; Harry não se sentia
corajoso nem inteligente nem qualquer outra coisa
naquele momento. Se ao menos o chapéu tivesse
mencionado uma casa para gente que se sentia meio
nervosa, quem sabe teria sido a sua casa.
A Profa. Minerva então se adiantou segurando um
longo rolo de pergaminho.
- Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu
e se sentarão no banquinho para a seleção. Ana Abbott!
Uma garota de rosto rosado e marias-chiquinhas
louras saiu aos tropeços da fila, pôs o chapéu, que lhe
afundou direto até os olhos, e se sentou. Uma pausa
momentânea...
- LUFA-LUFA! - anunciou o chapéu.
A mesa à direita deu vivas e bateu palmas quando
Ana foi se sentar à mesa da Lufa-lufa. Harry viu o
fantasma do fradinho Gorducho acenar alegremente
para ela.
- Susana Bones!
- LUFA-LUFA! - anunciou o chapéu outra vez, e
Susana saiu depressa e foi se sentar ao lado de Ana.
- Teo Boor!
-
CORVINAL!
Desta vez foi a segunda mesa à esquerda que
aplaudiu; vários alunos da Corvinal se levantaram para
apertar a mão de Teo quando o menino se reuniu a eles.
Mádi Brocklehurst foi para a Corvinal também,
mas Lilá Brown foi a primeira a ser escolhida para a
Grifinória e a mesa na extrema esquerda explodiu em
vivas; Harry viu os irmãos gêmeos de Rony
assobiarem.
Mila Bulstrode se tornou uma Sonserina. Talvez
fosse a imaginação de Harry; mas depois de tudo que
ouvira sobre a Sonserina, achou que eles formavam um
grupo de aparência desagradável.
Estava começando a se sentir decididamente mal
agora. Lembrou-se da seleção para os times, nas aulas
de esporte de sua velha escola. Sempre fora o ultimo a
ser escolhido, não porque não fosse bom, mas porque
ninguém queria que Duda pensasse que gostavam dele.
- Justino Finch-Fletchlev!
-LUFA-LUFA!
Às vezes, Harry reparou, o chapéu anunciava logo
o nome da casa, mas outras levava um tempo para se
decidir.
Simas Finnigan, o menino de cabelos cor de palha
ao lado de Harry na fila, passou sentado no banquinho
quase um minuto, antes de o chapéu anunciar que iria
para a Grifinória.
- Hermione Granger!
Hermione saiu quase correndo até o banquinho e enfiou
o chapéu, ansiosa.
- GRIFINÓRIA! - anunciou o chapéu. Rony
gemeu.
Um pensamento horrível ocorreu a Harry; como fazem
os pensamentos horríveis quando a pessoa está nervosa.
E se ele não fosse escolhido? E se ficasse ali sentado
com o chapéu na cabeça cobrindo seus olhos durante
um tempão, até a Profa. Minerva arrancá-lo de sua
cabeça e dizer que obviamente houvera um engano e
era melhor ele pegar trem de volta?
Quando Neville Longbottom, o menino que não
parava de perder o sapo, foi chamado, levou um tombo
a caminho do banquinho. O chapéu demorou muito
tempo para se decidir sobre Neville. Quando
finalmente anunciou "GRIFINÓRIA", Neville saiu
correndo com o chapéu na cabeça, e teve de voltar em
meio a uma avalanche de risadas para entregá-lo a
Morag MacDougal.
Malfoy se adiantou, gingando, quando chamaram
seu nome e teve seu desejo realizado imediatamente; o
chapéu mal tocara sua cabeça quando anunciou;
- SONSERINA
Faltava pouca gente agora.
Moon.., Nott..., Parkinson..., depois duas gêmeas,
Patil e Patil..., depois Perks, Sara... e então,
finalmente...
- Harry Potter!
Quando Harry se adiantou, correu um burburinho
por todo o salão como um fogo de rastilho.
- Potter,
foi o que ela disse?
- O
Harry Potter?
A ultima coisa que Harry viu antes de o chapéu lhe
cair sobre os olhos foi um salão cheio de gente se
espichando para lhe dar uma boa olhada. Em seguida
só viu a escuridão dentro do chapéu.
- Difícil. Muito difícil. Bastante coragem, vejo.
Uma mente nada má. Há talento, ha, minha nossa, uma
sede razoável de se provar. ora isso e interessante...
Então, onde vou colocá-lo?
Harry apertou as bordas do banquinho e pensou
"Sonserina não, Sonserina, não".
- Sonserina não, hein?. - disse a vozinha.. - Tem
certeza?
Você poderia ser grande, sabe, está tudo aqui na
sua cabeça, e a Sonserina lhe ajudaria a
alcançar essa grandeza, sem dúvida
nenhuma, não? Bem, se você tem certeza,
ficará melhor na
GRIFINÓRIA
!
Harry ouviu o chapéu anunciar a ultima palavra
para todo o salão. Tirou o chapéu e se encaminhou
trêmulo para a mesa de Grifinória. Sentia tanto alívio
por ter sido selecionado e ter escapado de Sonserina,
que nem reparou que estava recebendo a maior ovação
da cerimônia. Percy, o Monitor, se levantou e apertou
sua mão com energia, enquanto os gêmeos Weasley
gritavam "Ganhamos Potter! Ganhamos Potter!" Harry
sentou-se defronte do fantasma com a gola de rufos que
vira antes da cerimônia. O fantasma lhe deu urna
palmadinha no braço, produzindo em Harry a sensação
horrível e repentina de que acabara de mergulhar num
balde de água gelada.
Agora ele via bem a Mesa Principal. Na
extremidade mais próxima sentava-se Rúbeo Hagrid,
cujo olhar encontrou o seu e lhe fez um sinal de
aprovação. Harry retribuiu o seu sorriso. E ali, no
centro da Mesa Principal, em urna cadeirão dourado,
encontrava-se Alvo Dumbledore. Harry o reconheceu
imediatamente pela figurinha que tirara no sapo de
chocolate comprado no trem. Os cabelos prateados de
Dumbledore eram a única coisa no salão inteiro que
brilhava tanto quanto os fantasmas. Harry viu o Prol
Quirrel também, o rapaz nervoso do Caldeirão Furado.
Parecia muito extravagante num grande turbante
púrpura.
E agora só faltavam três pessoas para serem
selecionadas. Lisa Turpin virou uma Corvinal e depois
foi a vez de Rony. A essa altura ele estava brancoesverdeado.
Harry cruzou os dedos sob a mesa para dar
sorte e um segundo depois o chapéu anunciou
GRIFINÓRIA!
Harry bateu palmas bem alto cornos demais
quando Rony se largou numa cadeira a seu lado.
- Muito bem, Rony excelente - disse Percy
Weasley pomposamente por cima de Harry na mesma
hora em que Blás Zabini era mandado para a Sonserina
. A. Profa. Minerva enrolou o pergaminho e recolheu o
Chapéu Seletor.
Harry baixou os olhos para o prato dourado e vazio
diante dele. Acabara de perceber como estava faminto.
As tortilhas de abóbora pareciam ter sido comidas
havia anos.
Alvo Dumbledore se levantara. Sorria radiante
para os estudantes, os braços bem abertos, como se
nada no mundo pudesse ter-lhe agradado mais do que
vê-los todos reunidos ali.
- Sejam bem-vindos! - disse. - Sejam bem-vindos
para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos
nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas:
Pateta! Chorão! Destabocado! Beliscão! Obrigado.
E sentou-se. Todos bateram palmas e deram vivas.
Harry não sabia se ria ou não.
- Ele é...um pouquinho maluco? - perguntou, incerto, a
Percy.
- Maluco? - disse Percy despreocupado. - he é um
gênio! O melhor bruxo do mundo! Mas é um
pouquinho maluco, sim. Batatas, Harry?
O queixo de Harry caiu. Os pratos diante dele
agora estavam cheios de comida. Ele nunca vira tantas
coisas que gostava de comer em uma mesa só: rosbife,
galinha assada, costeletas de porco e de carneiro,
pudim de carne, ervilhas, cenouras, molho, ketchup e,
por alguma estranha razão, docinhos de hortelã.
Não é que os Dursley tivessem deixado Harry com
fome mas nunca lhe permitiram comer tanto quanto
quisesse. Duda sempre tirava tudo que Harry realmente
queria, mesmo que acabasse doente. Harry encheu o
prato com um. pouco de cada coisa exceto os docinhos
e começou a comer. Estava tudo uma delícia.
- Isto está com uma cara ótima - disse o fantasma
de gola de rufos observando, tristemente, Harry cortar
o rosbife.
- O senhor não pode...?
- Não como há quase quatrocentos anos - explicou. o
fantasma.- Não preciso, é claro, mas a pessoa sente
falta. Acho que ainda não me apresentei? Cavalheiro
Nicholas de Mimsy-Porpington às suas ordens
Fantasma residente da torre da Grinfinória.
- E sei quem o senhor é! - disse Rony
inesperadamente. Meus irmãos me falaram do senhor.
O senhor é, o Nick Quase Sem Cabeça.
- Eu prefiro que você me chame de cavalheiro
Nicholas de Mimsy - o fantasma começou muito
formal, mas o louro Simas Finnigan o interrompeu.
- Quase Sem Cabeça? Como é que alguém pode
ser
quase
sem cabeça?
Sir Nicholas parecia muitíssimo aborrecido, como
se aquela conversinha não estivesse tomando o rumo
que ele queria.
- Assim
-
disse com irritação. E agarrou a orelha
esquerda e puxou. A cabeça toda girou para fora do
pescoço e caiu por cima do ombro como se estivesse
presa por uma dobradiça. Era óbvio que alguém tentara
decapitá-lo, mas não fizera o serviço direito. Satisfeito
com a cara de espanto dos garotos, Nick Quase Sem
Cabeça empurrou a cabeça de volta ao pescoço, tossiu
e disse:
- Então, novos moradores da Grifinória! Espero
que nos aludem a ganhar o campeonato das casas este
ano! Grifinória nunca passou tanto tempo sem ganhar a
taça. Sonserina tem ganhado nos últimos seis anos! O
barão Sangrento está ficando quase insuportável. Ele é
o fantasma da Sonserina.
Harry deu uma olhada na mesa de Sonserina e viu
um fantasma horroroso sentado lá, os olhos vidrados,
uma cara muito magra e vestes sujas de sangue
prateado. Estava ao lado de Malfoy; que, Harry ficou
contente de ver, não parecia muito satisfeito com a
distribuição dos lugares.
- Como foi que ele ficou coberto de sangue? -
perguntou Simas muito interessado.
- Nunca perguntei - respondeu Nick Quase Sem
Cabeça, educadamente.
Depois que todos comeram tudo o que podiam, as
sobras desapareceram. dos pratos deixando-os
limpinhos como no início. Logo depois surgiram as
sobremesas. Tijolos de sorvete de todos os sabores que
se possa imaginar, tortas de maças, tortinhas de
caramelo
bombas de chocolate, roscas fritas com
,
geleia, bolos de frutas com calda de vinho, morangos
,
gelatinas pudim de arroz...
Quando Harry se serviu das tortinhas de caramelo, a
conversa se voltou para as famílias.
- Eu sou meio a meio - disse Simas. - Papai é
trouxa. Mamãe
não contou a ele que era bruxa até depois de casarem.
Teve um choque horrível
Os outros riram.
E você, Neville? - perguntou Rony.
- Bom, minha avó me criou
e
ela é bruxa, mas a
família achou
durante anos que eu era completamente trouxa. Meu
tio-avó Algi vivia tentando me pegar desprevenido e
me forçar a recorrer à magia. Ele me empurrou pela
borda de um cais uma vez, eu quase me afoguei. Mas
nada aconteceu até eu completar oito anos. Meu tio
Algi veio tomar chá conosco e tinha me pendurado
pelos calcanhares para fora de uma janela do primeiro
andar, quando a minha tia-avó Enid lhe ofereceu um
merengue
e
ele sem querer me deixou cair. Mas eu
desci flutuando até o jardim e a estrada. Todos ficaram
realmente satisfeitos. Minha avó chorou de tanta
felicidade. E vocês deviam ter visto a cara deles
quando entrei para Hogwarts. Achavam que eu não era
bastante mágico para entrar, entendem. Meu tio Algi
ficou tão contente que me comprou um sapo.
Do outro lado de Harry, Percy e Hermione
conversavam sobre as aulas
- Espero que elas comecem logo, tem tanta coisa
para a gente aprender, estou muito interessada em
Transfiguração, sabe, transformar uma coisa em outra,
claro, dizem que é muito difícil; a pessoa começa aos
poucos, fósforos em agulhas e coisas pequenas assim.
Harry, que estava começando a se sentir aquecido
e cheio de sono, olhou outra vez para a Mesa Principal.
Hagrid tomava um grande gole de sua taça. A Profa.
Minerva conversava com o Prof.
Dumbledore. O Prof. Quirrell, com aquele turbante
ridículo, conversava com um professor de cabelos
negros e oleosos, nariz de
gancho e pele macilenta.
Aconteceu muito de repente. O olhar do professor de
nariz de gancho passou pelo turbante de Quirrell e se
fixou nos olhos de Harry; e uma pontada aguda e
quente correu pela testa de Harry.
- Oi! - Harry levou a mão à testa.
- Que foi? - perguntou Percy.
- N-nada.
A dor se foi com a mesma rapidez com que viera.
Mais difícil foi se livrar da sensação que Harry teve sob
o olhar do professor
- uma sensação de que ele não gostava nada de Harry.
- Quem. é aquele professor que está conversando
com o Prof. Quirrell? - perguntou a Percy.
- Ah, você já conhece Quirrell é? Não admira que ele
pareça tão nervoso, aquele é o Prof. Snape. Ele ensina
Poções, mas não é o que ele queria. Todo o mundo
sabe que está cobiçando o cargo de Quirrell. Conhece
um bocado as Artes das Trevas, o Snape.
Harry observou o professor por algum tempo, mas
Snape não voltou a olharem sua direção.
Finalmente, as sobremesas também
desapareceram, e o Prof. Dumbledore ficou de pé mais
uma vez. O salão silenciou.
- Hum... só mais umas palavrinhas agora que já
comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de
ano letivo para vocês.
"Os alunos do primeiro ano devem observar que é
proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos
nossos estudantes mais antigos fariam bem em se
lembrar dessa proibição."
Os olhos cintilantes de Dumbledore faiscaram na
direção dos gêmeos Weasley.
- O Sr. Filch o zelador; me pediu para lembrar a
todos que não devem fazer mágicas no corredor durante
os intervalos das aulas.
"Os testes de quadribol serão realizados na segunda
semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar
para o time de sua casa deverão procurar Madame
Hooch. E, por último, é preciso avisar que, este ano, o
corredor do terceiro andar do lado direito está proibido
a todos que não quiserem ter uma morte muito do
dolorosa."
Harry riu, mas foi um dos poucos que fez isso,
- Ele não está falando sério! - cochichou a Percy.
- Deve estar - respondeu Percy franzindo a testa
para Dumbledore. - E estranho porque em geral ele
sempre nos diz a razão porque somos proibidos de ir a
algum lugar A floresta está cheia de animais selvagens,
todo o mundo sabe disso. Acho que poderia ter dito aos
monitores, pelo menos.
- Que foi? perguntou Percy.
- N-nada.
A dor se foi com a mesma rapidez com que viera.
Mais difícil foi se livrar da sensação que Harry teve sob
o olhar do professor
- uma sensação de que ele não gostava nada de Harry.
- Quem é aquele professor que está conversando
como Prof. Quirrel? - perguntou a Percy.
- Ah, você já conhece Quirrell, é? Não admira que
ele pareça tão nervoso, aquele é o Prof. Snape. Ele
ensina Poções, mas não é o que ele quer. Todo mundo
sabe que está cobiçando o cargo de Quirrell. Conhece
um bocado as artes das Trevas, o Snape.
Harry observou o professor por algum tempo, mas
Snape não voltou a olhar em sua direção.
Finalmente, as sobremesas também
desapareceram, e o Prof. Dumbledore ficou de pé mais
uma vez. O salão silenciou.
- Hum...só mais umas palavrinhas agora que já
comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de
ano letivo para vocês.
"Os alunos do primeiro ano devem observar que é
proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos
nossos estudantes mais antigos fariam bem em se
lembrar dessa proibição."
Os olhos cintilantes de Dumbledore faiscaram na
direção dos gêmeos Weasley.
- O Sr. Filch, o zelador, me pediu para lembrar a
todos que não devem fazer mágicas no corredor
durante os intervalos das aulas.
"Os testes de quadribol serão realizados na
segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em
entrar para o time de sua casa deverá procurar Madame
Hooch. E, por ultimo, é preciso avisar que, este ano, o
corredor do terceiro andar do lado direito está proibido
a todos que não quiserem ter uma morte muito
dolorosa."
Harry riu, mas foi um dos poucos que fez isso.
- Ele não está falando sério! - cochichou a Percy.
- Deve estar - respondeu Percy franzindo a testa
para Dumbledore. - E estranho porque em geral ele
sempre nos diz a razão por que somos proibidos de ir a
algum lugar. A floresta está cheia de animais
selvagens, todo o mundo sabe disso. Acho que poderia
ter dito aos monitores, pelo menos.
E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o
hino da escola! exclamou Dumbledore. Harry reparou
que os sorrisos dos outros professores tinham
amarelado.
Dumbledore fez um pequeno aceno com a varinha
como se estivesse tentando espantar uma mosca na
ponta e surgiu no ar uma longa fita dourada, que
esvoaçou para o alto das mesas e se enroscou como
uma serpente formando palavras.
- Cada um escolha sua música preferida - convidou
Dumbledore - , e lá vamos nós!
E a escola entoou em altos brados:
Hogwarts, Hogwarts, Hoggy Warty
Hogwarts,
Nos ensine algo por favor,
Quer sejamos velhos e calvos
Quer moços de pernas raladas;
Temos às cabeças precisadas
De idéias interessantes
Pois estão ocas e cheias de ar;
Moscas mortas e fios de cotão.
Nos ensine o que vale a pena
Faça o melhor; faremos o resto,
Estudaremos até o cérebro se desmanchar.
Todos terminaram a música em tempos diferentes. E
por fim só restaram os gêmeos Weasley cantando
sozinhos, ao som de uma lenta marcha fúnebre.
Dumbledore regeu os últimos versos com sua varinha
e, quando eles terminaram, foi um dos que aplaudiram.
mais alto.
- Ah, a música - disse secando os olhos. - Uma
magica que transcende todas que trazemos aqui! E
agora. hora de dormir. Andando!
Os novos alunos de Grifinória seguiram Percy por entre
os grupos que conversavam, saíram do salão principal e
subiram a escadaria de mármore. As pernas de Harry
pareceram chumbo outra vez mas só porque estava
muito cansado e saciado. Estava
cansado demais até para se surpreender que as
pessoas nos retratos ao longo dos corredores
murmurassem
e
apontassem quando eles passavam, ou
que duas vezes Percy os tivesse conduzido por portais
escondidos atrás de painéis corrediços e tapeçarias
penduradas. Subiram outras tantas escadas bocejando e
arrastando os pés, e Harry começou a se perguntar
quanto ainda faltava para chegar quando de repente
pararam.
Um feixe de bengalas flutuava no ar ã frente deles,
e quando Percy avançou um passo em sua direção,
começaram a assaltá-lo.
- Pirraça - cochichou Percy para os alunos do
primeiro ano.
- Um
Poltergeist. -
E falou em voz alia:
- Pirraça, calma.
Um som alto e grosseiro, como o ar escapando de
um balão respondeu:
- Quer que eu vá procurar o barão Sangrento?
Ouviram um estalo e um homenzinho com olhos
escuros e maus e a boca escancarada apareceu,
flutuando de pernas cruzadas no ar, segurando as
bengalas.
- Oooooooooh! - disse com uma risada malvada.
-Calourinhos! Que divertido!
E mergulhou repentinamente contra eles. Todos se
abaixaram.
- Vá embora, Pirraça, ou vou contar ao barão, e
estou falando Sério! - ameaçou Percy.
Pirraça estirou a língua e desapareceu, largando as
bengalas na cabeça de Neville. Eles o ouviram partir
zunindo, fazendo retinir os escudos de metal ao passar.
- Vocês tenham cuidado como Pirraça -
recomendou Percy; quando retomaram a caminhada. -
O barão Sangrento é o único que consegue controlá-lo,
ele não dá confiança aos monitores. Chegamos.
No finzinho do corredor havia um retrato de uma
mulher muito gorda vestida de rosa.
- Senha? - pediu ela.
-
Cabeça de Dragão - disse Percy e o retrato se
inclinou para a frente revelando um buraco redondo na
parede. Todos passaram pelo buraco. Neville precisou
de um calço. E se viram no sala comunal da Grifinória,
um aposento redondo cheio de poltronas fofas.
Percy indicou às garotas a porta do seu dormitório e
,
aos meninos, a porta do deles. No alto de uma escada
em caracol era óbvio que estavam em uma das torres
encontraram finalmente suas camas; cinco camas com
reposteiros de veludo vermelho-escuro. As malas já
haviam sido trazidas. Cansados demais para falar
muito, eles enfiaram os pijamas e caíram na cama.
- Comida de primeira, não foi? - comentou Rony:
para Harry pelos reposteiros. - Se manda, Pereba! Ele
está roendo os meus lençóis.
Harry ia perguntar a Rony se ele provara as tortinhas de
caramelo, mas adormeceu quase imediatamente.
Talvez Harry tivesse comido demais, porque teve um
sonho muito estranho. Estava usando o turbante do
Prof. QuirreIl, que não parava de conversar com ele,
dizendo que devia se mudar para Sonserina
imediatamente, porque era seu destino. Harry disse ao
turbante que não queria ir para Sonserina; o turbante
foi ficando cada vez mais pesado; Harry tentou tirá-lo
mas ele começou a apertar sua cabeça até doer - e ai
Malfoy apareceu, rindo do esforço dele. Depois Malfoy
se transformou no professor de nariz de gancho, Snape,
cuja gargalhada ecoou alta e fria - houve um clarão
verde e Harry acordou, suado e trêmulo.
Mudou de posição e sorriu a dormir, e quando acordou
no dia seguinte, nem se lembrou que tinha sonhado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário