Hogwarts Uma História .
Era difícil acreditar que havia um teto ali e que o
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Salão Principal simplesmente não se abria para o
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Harry baixou depressa os olhos quando a Profa.
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Minerva silenciosamente colocou um banquinho de
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quatro pernas diante dos alunos do primeiro ano. Em.
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cima do banquinho ela pôs um chapéu pontudo de
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bruxo. O chapéu era remendado esfiapado e sujíssimo.
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Tia Petúnia não teria permitido que um objeto nessas
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condições entrasse em casa.
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Talvez tivessem que tentar tirar um coelho de
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dentro dele, Harry pensou delirando, parecia
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apropriado - reparando que todos no salão agora
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olhavam para o chapéu, ele olhou também. Por
alguns
segundos fez-se um silêncio total. Então o chapéu se
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mexeu. Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca -
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e o chapéu começou a cantar:
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Ah, você podem me achar pouco atraente,
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Mas não me julguem só pela aparência
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Um chapéu mais inteligente do que o papai
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Podem guardar seus chapéus-coco bem
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Suas cartolas altas de cetim brilhoso
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sou o Chapéu Seletor de Hogwarts
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Não há nada escondido em sua cabeça
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que o Chapéu Seletor não consiga ver,
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Por isso é só me porem na cabeça que vou
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Em que casa de Hogwarts deverão ficar
Quem sabe sua morada é a Grinfinória,
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Casa onde habitam os corações indômitos.
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Ousadia e sangue-frio e nobreza
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Destacam os alunos da Grinfinória dos demais;
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Quem sabe é na Lufa-lufa que você vai morar;
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Onde seus moradores são justos e leais
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Pacientes, sinceros, sem medo da dor;
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Ou será a velha e sábia Corvinal
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A casa dos que têm a mente sempre alerta,
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Onde os homens de grande espírito e saber
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Sempre encontrarão companheiros seus iguais;
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Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
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E ali fira seus verdadeiros amigos,
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Homens de astúcia que usam quaisquer meios
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Para atingir os fins que antes colimaram.
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Vamos, me experimentem! Não devem temer!
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Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
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(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem
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Porque sou único, sou um Chapéu Pensador!
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O salão inteiro prorrompeu em aplausos quando o
|
chapéu acabou de cantar. Ele fez urna reverência para
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cada uma das quatro mesas e em seguida ficou muito
|
- Então só precisamos experimentar o chapéu! -
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cochichou Rony a Harry. Vou matar o Fred, ele não
|
Harry deu um sorriso sem graça. É
|
chapéu era bem melhor do que precisa fazer um
|
feitiço, mas desejou que pudessem ter experimentado o
|
chapéu sem toda aquela gente olhando. O chapéu
|
parecia estar pedindo muito; Harry não se sentia
|
corajoso nem inteligente nem qualquer outra coisa
|
naquele momento. Se ao menos o chapéu tivesse
mencionado uma casa para gente que se sentia meio
|
nervosa, quem sabe teria sido a sua casa.
|
A Profa. Minerva então se adiantou segurando um
|
longo rolo de pergaminho.
|
- Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu
|
e se sentarão no banquinho para a seleção. Ana Abbott!
|
Uma garota de rosto rosado e marias-chiquinhas
|
louras saiu aos tropeços da fila, pôs o chapéu, que
lhe
|
afundou direto até os olhos, e se sentou. Uma pausa
|
- LUFA-LUFA! - anunciou o chapéu.
|
A mesa à direita deu vivas e bateu palmas quando
|
Ana foi se sentar à mesa da Lufa-lufa. Harry viu o
|
fantasma do fradinho Gorducho acenar alegremente
|
- LUFA-LUFA! - anunciou o chapéu outra vez, e
|
Susana saiu depressa e foi se sentar ao lado de Ana.
|
Desta vez foi a segunda mesa à esquerda que
|
aplaudiu; vários alunos da Corvinal se levantaram para
|
apertar a mão de Teo quando o menino se reuniu a eles.
|
Mádi Brocklehurst foi para a Corvinal também,
|
mas Lilá Brown foi a primeira a ser escolhida para a
|
Grifinória e a mesa na extrema esquerda explodiu em
|
vivas; Harry viu os irmãos gêmeos de Rony
|
Mila Bulstrode se tornou uma Sonserina. Talvez
|
fosse a imaginação de Harry; mas depois de tudo que
|
ouvira sobre a Sonserina, achou que eles formavam um
|
grupo de aparência desagradável.
|
Estava começando a se sentir decididamente mal
|
agora. Lembrou-se da seleção para os times, nas aulas
|
de esporte de sua velha escola. Sempre fora o ultimo a
|
ser
escolhido, não porque não fosse bom, mas porque
ninguém queria que Duda pensasse que gostavam dele.
|
- Justino Finch-Fletchlev!
|
Às vezes, Harry reparou, o chapéu anunciava logo
|
o nome da casa, mas outras levava um tempo para se
|
Simas Finnigan, o menino de cabelos cor de palha
|
ao lado de Harry na fila, passou sentado no banquinho
|
quase um minuto, antes de o chapéu anunciar que iria
|
Hermione saiu quase correndo até o banquinho e enfiou
|
- GRIFINÓRIA! - anunciou o chapéu. Rony
|
Um pensamento horrível ocorreu a Harry; como fazem
|
os pensamentos horríveis quando a pessoa está nervosa.
|
E se ele não fosse escolhido? E se ficasse ali sentado
|
com o chapéu na cabeça cobrindo seus olhos durante
|
um tempão, até a Profa. Minerva arrancá-lo de sua
|
cabeça e dizer que obviamente houvera um engano e
|
era melhor ele pegar trem de volta?
|
Quando Neville Longbottom, o menino que não
|
parava de perder o sapo, foi chamado, levou um tombo
|
a caminho do banquinho. O chapéu demorou muito
|
tempo para se decidir sobre Neville. Quando
|
finalmente anunciou "GRIFINÓRIA", Neville
saiu
|
correndo com o chapéu na cabeça, e teve de voltar em
|
meio a uma avalanche de risadas para entregá-lo a
|
Malfoy se adiantou, gingando, quando chamaram
|
seu nome e teve seu desejo realizado imediatamente; o
|
chapéu mal tocara sua cabeça quando anunciou;
|
Faltava pouca gente agora.
|
Moon.., Nott...,
Parkinson..., depois duas gêmeas,
|
Patil e Patil..., depois Perks, Sara... e então,
|
Quando Harry se adiantou, correu um burburinho
|
por todo o salão como um fogo de rastilho.
|
A ultima coisa que Harry viu antes de o chapéu lhe
|
cair sobre os olhos foi um salão cheio de gente se
|
espichando para lhe dar uma boa olhada. Em
seguida
só viu a escuridão dentro do chapéu.
|
- Difícil. Muito difícil. Bastante coragem, vejo.
|
Uma mente nada má. Há talento, ha, minha nossa, uma
|
sede razoável de se provar. ora isso e interessante...
|
Então, onde vou colocá-lo?
|
Harry apertou as bordas do banquinho e pensou
|
"Sonserina não, Sonserina, não".
|
- Sonserina não, hein?. - disse a vozinha.. - Tem
|
Você poderia ser grande, sabe, está tudo aqui na
|
sua cabeça, e a Sonserina lhe ajudaria a
|
alcançar essa grandeza, sem dúvida
|
nenhuma, não? Bem, se você tem certeza,
|
Harry ouviu o chapéu anunciar a ultima palavra
|
para todo o salão. Tirou o chapéu e se encaminhou
|
trêmulo para a mesa de Grifinória. Sentia tanto alívio
|
por ter sido selecionado e ter escapado de Sonserina,
|
que nem reparou que estava recebendo a maior ovação
|
da cerimônia. Percy, o Monitor, se levantou e apertou
|
sua mão com energia, enquanto os gêmeos Weasley
|
gritavam "Ganhamos Potter! Ganhamos
Potter!" Harry
sentou-se defronte do fantasma com a gola de rufos que
|
vira antes da cerimônia. O fantasma lhe deu urna
|
palmadinha no braço, produzindo em Harry a sensação
|
horrível e repentina de que acabara de mergulhar num
|
Agora ele via bem a Mesa Principal. Na
|
extremidade mais próxima sentava-se Rúbeo Hagrid,
|
cujo olhar encontrou o seu e lhe fez um sinal de
|
aprovação. Harry retribuiu o seu sorriso. E ali, no
|
centro da Mesa Principal, em urna cadeirão dourado,
|
encontrava-se Alvo Dumbledore. Harry o reconheceu
|
imediatamente pela figurinha que tirara no sapo de
|
chocolate comprado no trem. Os cabelos prateados de
|
Dumbledore eram a única coisa no salão inteiro que
|
brilhava tanto quanto os fantasmas. Harry viu o Prol
|
Quirrel também, o rapaz nervoso do Caldeirão Furado.
|
Parecia muito extravagante num grande turbante
|
E agora só faltavam três pessoas para serem
|
selecionadas. Lisa Turpin virou uma Corvinal e depois
|
foi a vez de Rony. A essa altura ele estava
brancoesverdeado.
|
Harry cruzou os dedos sob a mesa para dar
|
sorte e um segundo depois o chapéu anunciou
Harry bateu palmas bem alto cornos demais
|
quando Rony se largou numa cadeira a seu lado.
|
- Muito bem, Rony excelente - disse Percy
|
Weasley pomposamente por cima de Harry na mesma
|
hora em que Blás Zabini era mandado para a Sonserina
|
. A. Profa. Minerva enrolou o pergaminho e recolheu o
|
Harry baixou os olhos para o prato dourado e vazio
|
diante dele. Acabara de perceber como estava faminto.
|
As tortilhas de abóbora pareciam ter sido comidas
|
havia anos.
Alvo Dumbledore se levantara. Sorria radiante
|
para os estudantes, os braços bem abertos, como se
|
nada no mundo pudesse ter-lhe agradado mais do que
|
vê-los todos reunidos ali.
|
- Sejam bem-vindos! - disse. - Sejam bem-vindos
|
para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos
|
nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas:
|
Pateta! Chorão! Destabocado! Beliscão! Obrigado.
|
E sentou-se. Todos bateram palmas e deram vivas.
|
Harry não sabia se ria ou não.
|
- Ele é...um pouquinho maluco? - perguntou, incerto, a
|
- Maluco? - disse Percy despreocupado. - he é um
|
gênio! O melhor bruxo do mundo! Mas é um
|
pouquinho maluco, sim. Batatas, Harry?
|
O queixo de Harry caiu. Os pratos diante dele
|
agora estavam cheios de comida. Ele nunca vira tantas
|
coisas que gostava de comer em uma mesa só: rosbife,
|
galinha assada, costeletas de porco e de carneiro,
|
pudim de carne, ervilhas, cenouras, molho, ketchup e,
|
por alguma estranha razão, docinhos de hortelã.
|
Não é que os Dursley tivessem deixado Harry com
|
fome mas nunca lhe permitiram comer tanto quanto
|
quisesse. Duda sempre tirava tudo que Harry realmente
|
queria, mesmo que acabasse doente. Harry encheu o
|
prato com um. pouco de cada coisa exceto os docinhos
|
e começou a comer. Estava tudo uma delícia.
|
- Isto está com uma cara ótima - disse o fantasma
|
de gola de rufos observando, tristemente, Harry cortar
|
- Não como há quase quatrocentos anos - explicou. o
|
fantasma.- Não preciso, é claro, mas a pessoa sente
|
falta. Acho que ainda não me apresentei? Cavalheiro
|
Nicholas de Mimsy-Porpington às suas ordens
|
Fantasma residente da torre da Grinfinória.
|
- E sei quem o senhor é! - disse Rony
inesperadamente. Meus irmãos me falaram do senhor.
|
O senhor é, o Nick Quase Sem Cabeça.
|
- Eu prefiro que você me chame de cavalheiro
|
Nicholas de Mimsy - o fantasma começou muito
|
formal, mas o louro Simas Finnigan o interrompeu.
|
- Quase Sem Cabeça? Como é que alguém pode
|
Sir Nicholas parecia muitíssimo aborrecido, como
|
se aquela conversinha não estivesse tomando o rumo
|
disse com irritação. E agarrou a orelha
|
esquerda e puxou. A cabeça toda girou para fora do
|
pescoço e caiu por cima do ombro como se estivesse
|
presa por uma dobradiça. Era óbvio que alguém tentara
|
decapitá-lo, mas não fizera o serviço direito.
Satisfeito
|
com a cara de espanto dos garotos, Nick Quase Sem
|
Cabeça empurrou a cabeça de volta ao pescoço, tossiu
|
- Então, novos moradores da Grifinória! Espero
|
que nos aludem a ganhar o campeonato das casas este
|
ano! Grifinória nunca passou tanto tempo sem ganhar a
|
taça. Sonserina tem ganhado nos últimos seis anos! O
|
barão Sangrento está ficando quase insuportável. Ele é
|
Harry deu uma olhada na mesa de Sonserina e viu
|
um fantasma horroroso sentado lá, os olhos vidrados,
|
uma cara muito magra e vestes sujas de sangue
|
prateado. Estava ao lado de Malfoy; que, Harry ficou
|
contente de ver, não parecia muito satisfeito com a
|
distribuição dos lugares.
|
- Como foi que ele ficou coberto de sangue? -
|
perguntou Simas muito interessado.
|
- Nunca perguntei - respondeu Nick Quase Sem
|
Depois que todos comeram tudo o que podiam, as
|
sobras desapareceram. dos pratos deixando-os
limpinhos como no início. Logo depois surgiram as
|
sobremesas. Tijolos de sorvete de todos os sabores que
|
se possa imaginar, tortas de maças, tortinhas de
|
bombas de chocolate, roscas fritas com
|
geleia, bolos de frutas com calda de vinho, morangos
|
gelatinas pudim de arroz...
|
Quando Harry se serviu das tortinhas de caramelo, a
|
conversa se voltou para as famílias.
|
- Eu sou meio a meio - disse Simas. - Papai é
|
não contou a ele que era bruxa até depois de casarem.
|
E você, Neville? - perguntou Rony.
|
- Bom, minha avó me criou
|
durante anos que eu era completamente trouxa. Meu
|
tio-avó Algi vivia tentando me pegar desprevenido e
|
me forçar a recorrer à magia. Ele me empurrou pela
|
borda de um cais uma vez, eu quase me afoguei. Mas
|
nada aconteceu até eu completar oito anos. Meu tio
|
Algi veio tomar chá conosco e tinha me pendurado
|
pelos calcanhares para fora de uma janela do primeiro
|
andar, quando a minha tia-avó Enid lhe ofereceu um
|
ele sem querer me deixou cair. Mas eu
|
desci flutuando até o jardim e a estrada. Todos
ficaram
|
realmente satisfeitos. Minha avó chorou de tanta
|
felicidade. E vocês deviam ter visto a cara deles
|
quando entrei para Hogwarts. Achavam que eu não era
|
bastante mágico para entrar, entendem. Meu tio Algi
|
ficou tão contente que me comprou um sapo.
|
Do outro lado de Harry, Percy e Hermione
|
conversavam sobre as aulas
|
- Espero que elas comecem logo, tem tanta coisa
|
para a gente aprender, estou muito interessada
em
Transfiguração, sabe, transformar uma coisa em outra,
|
claro, dizem que é muito difícil; a pessoa começa aos
|
poucos, fósforos em agulhas e coisas pequenas assim.
|
Harry, que estava começando a se sentir aquecido
|
e cheio de sono, olhou outra vez para a Mesa
Principal.
|
Hagrid tomava um grande gole de sua taça. A Profa.
|
Minerva conversava com o Prof.
|
Dumbledore. O Prof. Quirrell, com aquele turbante
|
ridículo, conversava com um professor de cabelos
|
negros e oleosos, nariz de
|
Aconteceu muito de repente. O olhar do professor de
|
nariz de gancho passou pelo turbante de Quirrell e se
|
fixou nos olhos de Harry; e uma pontada aguda e
|
quente correu pela testa de Harry.
|
- Oi! - Harry levou a mão à testa.
|
- Que foi? - perguntou Percy.
A dor se foi com a mesma rapidez com que viera.
|
Mais difícil foi se livrar da sensação que Harry teve
sob
|
- uma sensação de que ele não gostava nada de Harry.
|
- Quem. é aquele professor que está conversando
|
com o Prof. Quirrell? - perguntou a Percy.
|
- Ah, você já conhece Quirrell é? Não admira que ele
|
pareça tão nervoso, aquele é o Prof. Snape. Ele ensina
|
Poções, mas não é o que ele queria. Todo o mundo
|
sabe que está cobiçando o cargo de Quirrell. Conhece
|
um bocado as Artes das Trevas, o Snape.
|
Harry observou o professor por algum tempo, mas
|
Snape não voltou a olharem sua direção.
|
Finalmente, as sobremesas também
|
desapareceram, e o Prof. Dumbledore ficou de pé mais
|
uma vez. O salão silenciou.
|
- Hum... só mais umas palavrinhas agora que já
|
comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de
|
"Os alunos do primeiro ano devem observar que é
|
proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos
|
nossos estudantes mais antigos fariam bem em se
|
lembrar dessa proibição."
|
Os olhos cintilantes de Dumbledore faiscaram na
|
direção dos gêmeos Weasley.
|
- O Sr. Filch o zelador; me pediu para lembrar a
|
todos que não devem fazer mágicas no corredor durante
|
"Os testes de quadribol serão realizados na
segunda
|
semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar
|
para o time de sua casa deverão procurar Madame
|
Hooch. E, por último, é preciso avisar que, este ano,
o
|
corredor do terceiro andar do lado direito está
proibido
|
a todos que não quiserem ter uma morte muito do
|
Harry riu, mas foi um dos poucos que fez isso,
|
- Ele não está falando sério! - cochichou a Percy.
|
- Deve estar - respondeu Percy franzindo a testa
|
para Dumbledore. - E estranho porque em geral ele
|
sempre nos diz a razão porque somos proibidos de ir a
|
algum lugar A floresta está cheia de animais
selvagens,
|
todo o mundo sabe disso. Acho que poderia ter dito aos
|
- Que foi? perguntou Percy.
|
- N-nada.
A dor se foi com a mesma rapidez com que viera.
|
Mais difícil foi se livrar da sensação que Harry teve
sob
|
- uma sensação de que ele não gostava nada de Harry.
|
- Quem é aquele professor que está conversando
|
como Prof. Quirrel? - perguntou a Percy.
|
- Ah, você já conhece Quirrell, é? Não admira que
|
ele pareça tão nervoso, aquele é o Prof. Snape. Ele
|
ensina Poções, mas não é o que ele quer. Todo
mundo
sabe que está cobiçando o cargo de Quirrell. Conhece
|
um bocado as artes das Trevas, o Snape.
|
Harry observou o professor por algum tempo, mas
|
Snape não voltou a olhar em sua direção.
|
Finalmente, as sobremesas também
|
desapareceram, e o Prof. Dumbledore ficou de pé mais
|
uma vez. O salão silenciou.
|
- Hum...só mais umas palavrinhas agora que já
|
comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de
|
"Os alunos do primeiro ano devem observar que é
|
proibido andar na floresta da propriedade. E alguns
dos
|
nossos estudantes mais antigos fariam bem em se
|
lembrar dessa proibição."
|
Os olhos cintilantes de Dumbledore faiscaram na
|
direção dos gêmeos Weasley.
|
- O Sr. Filch, o zelador, me pediu para lembrar a
|
todos que não devem fazer mágicas no corredor
|
durante os intervalos das aulas.
|
"Os testes de quadribol serão realizados na
|
segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em
|
entrar para o time de sua casa deverá procurar Madame
|
Hooch. E, por ultimo, é preciso avisar que, este ano,
o
|
corredor do terceiro andar do lado direito está
proibido
|
a todos que não quiserem ter uma morte muito
|
Harry riu, mas foi um dos poucos que fez isso.
|
- Ele não está falando sério! - cochichou a Percy.
|
- Deve estar - respondeu Percy franzindo a testa
|
para Dumbledore. - E estranho porque em geral ele
|
sempre nos diz a razão por que somos proibidos de ir a
|
algum lugar. A floresta está cheia de animais
|
selvagens, todo o mundo sabe disso. Acho que poderia
|
ter dito aos monitores, pelo menos.
|
E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o
|
hino da escola! exclamou Dumbledore. Harry reparou
|
que os sorrisos dos outros professores tinham
Dumbledore fez um pequeno aceno com a varinha
|
como se estivesse tentando espantar uma mosca na
|
ponta e surgiu no ar uma longa fita dourada, que
|
esvoaçou para o alto das mesas e se enroscou como
|
uma serpente formando palavras.
|
- Cada um escolha sua música preferida - convidou
|
Dumbledore - , e lá vamos nós!
|
E a escola entoou em altos brados:
|
Hogwarts,
Hogwarts, Hoggy Warty
|
Nos ensine algo por favor,
|
Quer sejamos velhos e calvos
|
Quer moços de pernas raladas;
|
Temos às cabeças precisadas
|
Pois estão ocas e cheias de ar;
|
Moscas mortas e fios de cotão.
|
Nos ensine o que vale a pena
|
Faça o melhor; faremos o resto,
|
Estudaremos até o cérebro se desmanchar.
|
Todos terminaram a música em tempos diferentes. E
|
por fim só restaram os gêmeos Weasley cantando
|
sozinhos, ao som de uma lenta marcha fúnebre.
|
Dumbledore regeu os últimos versos com sua varinha
|
e, quando eles terminaram, foi um dos que aplaudiram.
|
- Ah, a música - disse secando os olhos. - Uma
|
magica que transcende todas que trazemos aqui! E
|
agora. hora de dormir. Andando!
|
Os novos alunos de Grifinória seguiram Percy por entre
|
os grupos que conversavam, saíram do salão principal e
|
subiram a escadaria de mármore. As pernas de
Harry
pareceram chumbo outra vez mas só porque estava
|
muito cansado e saciado. Estava
|
cansado demais até para se surpreender que as
|
pessoas nos retratos ao longo dos corredores
|
apontassem quando eles passavam, ou
|
que duas vezes Percy os tivesse conduzido por portais
|
escondidos atrás de painéis corrediços e tapeçarias
|
penduradas. Subiram outras tantas escadas bocejando e
|
arrastando os pés, e Harry começou a se perguntar
|
quanto ainda faltava para chegar quando de repente
|
Um feixe de bengalas flutuava no ar ã frente deles,
|
e quando Percy avançou um passo em sua direção,
|
- Pirraça - cochichou Percy para os alunos do
|
Um som alto e grosseiro, como o ar escapando de
|
- Quer que eu vá procurar o barão Sangrento?
|
Ouviram um estalo e um homenzinho com olhos
|
escuros e maus e a boca escancarada apareceu,
|
flutuando de pernas cruzadas no ar, segurando as
|
- Oooooooooh! - disse com uma risada malvada.
|
-Calourinhos! Que divertido!
|
E mergulhou repentinamente contra eles. Todos se
|
- Vá embora, Pirraça, ou vou contar ao barão, e
|
estou falando Sério! - ameaçou Percy.
|
Pirraça estirou a língua e desapareceu, largando as
|
bengalas na cabeça de Neville. Eles o ouviram partir
|
zunindo, fazendo retinir os escudos de metal ao
passar.
|
- Vocês tenham cuidado como Pirraça -
|
recomendou Percy; quando retomaram a caminhada. -
|
O barão Sangrento é o único que consegue controlá-lo,
|
ele não dá confiança aos monitores. Chegamos.
|
No finzinho do corredor havia um retrato de uma
|
mulher muito gorda vestida de rosa.
|
Cabeça de Dragão - disse Percy e o retrato se
|
inclinou para a frente revelando um buraco redondo na
|
parede. Todos passaram pelo buraco. Neville precisou
|
de um calço. E se viram no sala comunal da Grifinória,
|
um aposento redondo cheio de poltronas fofas.
|
Percy indicou às garotas a porta do seu dormitório e
|
aos meninos, a porta do deles. No alto de uma escada
|
em caracol era óbvio que estavam em uma das torres
|
encontraram finalmente suas camas; cinco camas com
|
reposteiros de veludo vermelho-escuro. As malas já
|
haviam sido trazidas. Cansados demais para falar
|
muito, eles enfiaram os pijamas e caíram na cama.
|
- Comida de primeira, não foi? - comentou Rony:
|
para Harry pelos reposteiros. - Se manda, Pereba! Ele
|
está roendo os meus lençóis.
|
Harry ia perguntar a Rony se ele provara as tortinhas
de
|
caramelo, mas adormeceu quase imediatamente.
|
Talvez Harry tivesse comido demais, porque teve um
|
sonho muito estranho. Estava usando o turbante do
|
Prof. QuirreIl, que não parava de conversar com ele,
|
dizendo que devia se mudar para Sonserina
|
imediatamente, porque era seu destino. Harry disse ao
|
turbante que não queria ir para Sonserina; o turbante
|
foi ficando cada vez mais pesado; Harry tentou tirá-lo
|
mas ele começou a apertar sua cabeça até doer - e ai
|
Malfoy apareceu, rindo do esforço dele. Depois Malfoy
|
se transformou no professor de nariz de gancho, Snape,
|
cuja gargalhada ecoou alta e fria - houve um
clarão
verde e Harry acordou, suado e trêmulo.
|
Mudou de posição e sorriu a dormir, e quando acordou
|
no dia seguinte, nem se lembrou que tinha sonhado.
|
|
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